Já disse em outro artigo escrito aqui no Blog Jaguaruana Verdade que sou filho e neto de Agricultores e apesar de não ter dado sequência a luta dos meus percursores, tenho uma paixão muito grande pela natureza. Hoje, quero falar um pouco da história do maior lago de Jaguaruana, conhecido por todos como "LAGAMAR". Segundo algumas pessoas, o lago herdou esse nome por sua enorme extensão e pela grande quantidade de peixes que serviram durante décadas como fonte de renda e sobrevivência para a população do município Jaguaruanense e região circo vizinha, inclusive de outros estados.
Localizado no povoado de São José, zona rural de Jaguaruana,
o "LAGAMAR" sempre fez parte da rotina do dia a dia da vida do povo
Jaguaruanense. Distante aproximadamente 15 km da sede do município, pescar no
lago era motivo de orgulho e a certeza de fartura. Fonte de renda e
sobrevivência dos pescadores que vivem da pesca e ao mesmo tempo, um lazer
familiar talvez nunca visto em outro município do Vale do Jaguaribe.
Na condição de filho de Jaguaruana, ver esse lago seco, me
trás um sentimento de tristeza, quase igual à de um filho que perde um Pai.
Pois era assim que o LAGAMAR era chamado, o Pai dos Pobres. Na verdade, não era
só dos pobres, era de todos os Jaguaruanenses e de outras cidades. Ver o
LAGAMAR com centenas de pessoas em finais de semana, era muito gratificante.
Não tinha um dia se quer que dezenas de pescadores não se dirigissem as suas
águas com a certeza de que de lá traria o sustento das famílias.
Apesar de não ser pescador, tive a oportunidade de dormir
muitas noites à beira deste grande lago. A peixada como costumamos dizer era
certa, uma cachacinha pra esquentar o frio e em muitas noites ficar encantado
com o nascer da Lua, uma exuberância de beleza e cenas inesquecíveis que ainda
tive o prazer de compartilhar com meu pai e meu filho.
Hoje pela manhã, tomei coragem e fui até ao
"LAGAMAR". Já sabia mais ou menos que as cenas que iria ver traria
muitas recordações e ao mesmo tempo tristeza, não foi diferente. Ao ver o
sepulcro daquele que durante décadas e décadas fez parte da historia e da vida
da população de Jaguaruana, não aguentei e chorei. Logo eu, que durante muitas
noites e dias, tive a oportunidade de ver neste lago a maior fonte de riqueza
da cidade, talvez por obra do destino, fui escolhido para levar ao Ceará, ao
Brasil e ao Mundo, essa triste realidade.
Infelizmente o "LAGAMAR" morreu. A maior fonte de
vida e de alegria que eu já vi em minha vida, deu espaço à tristeza. A Terra
seca e rachada, os animais que de lá utilizavam da água para sobreviver, em sua
grande maioria, morreram. As pessoas que nos finais de semana costumavam se
deliciar com o peixe, com um aperitivo e o banho do "LAGAMAR", não
estão mais lá. Infelizmente sobraram apenas as boas recordações.
Mas como diz o ditado, nem tudo está perdido, pois a Mãe
Natureza ainda vive. Se por um lado não temos mais a água, o peixe, a diversão,
por outro lado sobra a esperança. A Mãe Natureza ainda vive. Torcemos e pedimos
a Deus que no ano vindouro, tenhamos um bom inverno. “Isso acontecendo,
poderemos ver nascer de novo um novo “LAGAMAR”, pois esse que estou falando, não
poderá mais surgir porque está literalmente morto, de vivo mesmo só a MÃE
NATUREZA E A ESPERANÇA”. LAMENTÁVEL!
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