Maioria apoia elevar salários de docentes para melhorar educação no país

Salário inicial de professores no Brasil é menos da metade do oferecido nos países da OCDE; para população, uma melhor educação depende de mudar esse quadro
Por Talita Abrantes
Quais são os estados com mais professores formados (Tiago Lubambo/Pick Imagem/Reprodução)

São Paulo – Sete em cada dez brasileiros concordam total ou parcialmente com a ideia de que a solução para melhorar a educação básica no Brasil passa, necessariamente, pelo aumento dos salários de professores.

É o que mostra a pesquisa “Retratos da Sociedade Brasileira – Educação Básica”, realizada pela Conferaração Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o movimento Todos pela Educação divulgada nesta terça-feira (3).

Quando questionados sobre que tipo de ações deveriam ser feitas em relação aos professores das escolas públicas para melhorar o desempenho dos alunos, 40% dos entrevistados apontaram a elevação salarial como uma medida importante. Essa foi a opção mais assinalada na pesquisa de um total de nove.

Aumentar o número de docentes e melhorar a formação dos professores aparecem em seguida com 34% e 32% das escolhas dos entrevistados. Outros 27% apontaram a necessidade de garantir a segurança dos docentes em sala de aula e 25% afirmam que é preciso oferecer a eles infraestrutura para que o trabalho seja realizado.
Ações relacionadas aos professores das escolas públicas de para melhorar o desempenho dos alunos%
Aumentar o salário dos professores 40%
Aumentar o número de professores 34%
Melhorar a formação dos professores 32%
Garantir a segurança dos professores na sala de aula 27%
Disponibilizar a infraestrutura necessária para que os professores realizem seu trabalho 25%
Reconhecer e premiar bons professores 24%
Punir com rigor maus professores 9%
Não sabe/Não respondeu 2%
Nenhuma destas/Outras 1%

Um professor em início de carreira no ensino infantil ganha, em média, 13 mil dólares por ano no Brasil, segundo o relatório Education at a Glance 2017, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Isso equivale a menos da metade do salário oferecido em média aos docentes com o mesmo tipo de qualificação nos países membros da OCDE.

Diz o relatório da OCDE: “Somados aos salários mais baixos e às turmas maiores, os professores no Brasil são responsáveis por um número maior de classes, o que sugere que eles precisam gastar a maior parte do tempo de trabalho dando aulas”. Em outros termos, quase não sobra tempo para preparar aulas, corrigir trabalhos, colaborar com outros professores ou, simplesmente, auxiliar alunos com dificuldades.

Mesmo assim, no geral, a avaliação dos professores das escolas públicas tende a ser melhor avaliada do que a condições de infraestrutura das escolas. Em uma escala que vai de 0 a 10, os docentes ganharam nota 7,2 em capacidade de ensinar e, no lado oposto, 6,1 em relacionamento com os pais dos alunos.
Insatisfação

O resultado é obviamente sentido pela população. Segundo o estudo da CNI, nos últimos anos, a percepção da qualidade do ensino público no país andou para trás. Em 2013, 55% dos brasileiros consideravam que os alunos que concluíram o ensino médio estavam bem ou razoavelmente preparados para o mercado de trabalho. Quatro anos depois, o percentual de pessoas com essa opinião é de 42%.

Um quarto dos entrevistados avalia o ensino médio público do país como ruim ou péssimo — em 2013, 15% tinham essa opinião. O número de quem considera essa etapa como ótima ou boa também caiu de 48% há quatro anos para 31% na atual sondagem.

No total, 81% dos entrevistados acreditam que o problema da educação brasileira não é a falta de recursos, mas sim a má gestão do dinheiro público. De fato. Segundo dados da OCDE, o Brasil investe 5,4% do seu Produto Interno Bruto (PIB) com o setor — acima, portanto, da média de 4,8% dos países da OCDE. Mas os gastos por aluno são quase a metade do dispendido pelo grupo.

Os dados divulgados hoje reforçam os resultados apontados por outras pesquisas semelhantes feitas no passado e mostram que a segurança é, de longe, o pior problema enfrentado pelas escolas com nota 3,7 em uma escala de zero a 10. Para os entrevistados, a violência e a corrupção cumprem um papel fundamental para a baixa qualidade da educação pública no país.

Nessa toada, a percepção de que uma educação de baixa qualidade afeta o desenvolvimento do país também aumentou nos últimnos quatro anos. A proporção de quem acreditava nessa premissa em 2013 era de 61% em 2013 e subiu para 74% em 2017.

A sondagem foi feita com 2 mil pessoas em 126 cidades brasileiras entre os dias 15 e 20 de setembro do ano passado.
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Sobre jaguarverdade

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