ESCRITO POR PAULO NOBUO
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Passar cinco horas ou mais diante de uma tela de celular (ou outro dispositivo eletrônico) assistindo a vídeos ou, claro, usando redes sociais pode aumentar em até 71% os riscos de sofrer de depressão, revelou um estudo realizado pela Universidade Estadual de San Diego. O grave perigo, de acordo com o levantamento, é mais significativo entre as adolescentes.
Celular pode aumentar risco de depressão em meninas
Segundo o trabalho científico, publicado pelo jornal Clinical Psychological Science, analisando as tendências de depressão entre os anos de 2012 e 2015, foi possível descobrir que as meninas apresentaram um aumento de 58% nos casos da doença, em comparação com um aumento de apenas 9% entre os meninos.
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Os pesquisadores acreditam que a pressão para ganhar "curtidas" em redes sociais como Facebook e Instagram e a necessidade de as meninas se sentirem mais atraentes para seus seguidores são alguns dos principais culpados pelo elevado número de casos de depressão entre as adolescentes.
Jean Twenge, principal autor do estudo, afirma que os resultados mostram claramente um maior efeito dos smartphones e das mídias sociais sobre as meninas que, historicamente, sempre se mostraram mais preocupadas com popularidade e status sociais. Os meninos, por outro lado, são mais propensos a usar seus dispositivos para jogos eletrônicos, segundo o cientista.
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Para chegar à conclusão, o levantamento comparou sintomas depressivos e risco de suicídio com o uso de dispositivos eletrônicos por 133 mil adolescentes. Os resultados são baseados em uma pesquisa que questionou a frequência com que os jovens usavam o celular e a avaliação que os próprios participantes davam sobre sentimentos de bem-estar.
O estudo ainda conclui que o tempo diante da tela do celular deve ser restrito a cerca de apenas duas horas por dia para a segurança dos adolescentes. Embora não seja possível afirmar com certeza que o uso crescente de smartphones causou o aumento de casos de doenças mentais, o fato pode ser considerado a maior mudança na vida dos adolescentes entre 2010 e 2015, diz o líder da pesquisa.
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