Alho: um antibiótico incomparável

Apesar de sua aparente simplicidade, o alho é uma erva medicinal com propriedades antibióticas incomparáveis

O alho é um remédio extremamente poderoso e útil para a saúde humana (Pivari/Wikimedia Commons)
O alho é um remédio extremamente poderoso e útil para a saúde humana (Pivari/Wikimedia Commons)

O alho tem sido cultivado há tanto tempo que é difícil determinar com precisão sua origem. De acordo com o botânico suíço do século 17, Augustin De Candolle, o alho surgiu no sudoeste da Sibéria, se espalhou para o sul da Europa e posteriormente tornou-se comum nos países de língua latina que fazem fronteira com o Mediterrâneo. Apesar desse registro, teorias recentes sugerem que o alho pode ser originário do sudoeste da Ásia Central.

O que sabemos com certeza é que o seu uso foi gravado em sânscrito há cerca de 5 mil anos. Uma tabuleta de argila suméria datada de 3000 a.C abriga uma receita que tem o alho entre seus ingredientes. A planta também é utilizada pelos chineses há pelo menos 3 mil anos.
Registros médicos egípcios de 1550 a.C registraram receitas de alho para o tratamento de doenças como hipertensão arterial, problemas de pele, úlceras, doenças respiratórias, problemas intestinais, caspa, piolhos, flatulência e cabelos grisalhos.

Os trabalhadores braçais que construíram a Grande Pirâmide de Quéops foram alimentados com alho, cebola e alho-poró para manterem força e boa imunidade contra doenças infecciosas. O alho também foi consumido em grandes quantidades pelos antigos gregos e romanos: soldados romanos foram fornecidos com uma ração diária de alho para manter a sua força, e acredita-se que os romanos introduziram o alimento na Grã-Bretanha. A palavra alho (garlic, em inglês) é derivada do anglo-saxão gar (lança) e lac (uma planta), e é, sem dúvida, uma referência ao aparecimento de suas folhas pontiagudas.

Na Grã-Bretanha, pouco antes da virada do século passado, a tuberculose foi a principal causa de morte, e os médicos britânicos empregaram com sucesso pomadas, compressas, e inalantes dessa planta para tratar a doença.

Durante a I Guerra Mundial, o alho foi cultivado em grande quantidade na Grã-Bretanha. Hospitais militares utilizavam alho líquido para combater infecções. Dentes de alho eram prensados ​​e seu sumo era diluído em água. Panos foram embebidos em água a alho e aplicados em feridas de batalha, o que diminuiu a incidência de amputação por causa de gangrena.

O alho é uma das ervas mais utilizadas da culinária. Ao longo da história, fitoterapeutas valorizam até as flores brancas de alho, escolhidas como o símbolo para representar os boticários da Ásia e da Europa.

Remédio antigo para os tempos modernos
O alho é tão importante para a saúde das pessoas modernas como era no antigo Egito. Em todo o mundo, aumentaram os casos de tuberculose resistentes a remédios e de distúrbios circulatórios e epidemias de larga escala: essas doenças estão se tornando uma preocupação global.


Além de reforçar a resposta imunológica dos organismos, o alho é um poderoso antibiótico, que mata os microrganismos difíceis de seres eliminados. É eficaz em um largo espectro de bactérias, ao contrário de muitos antibióticos farmacêuticos, que matam apenas uma pequena parcela de germes. Além disso, o alho elimina qualquer desenvolvimento de resistência por parte das bactérias, vantagem que não é encontrada em antibióticos químicos.

Os antibióticos comuns são ineficazes contra os vírus, quer sejam as infecções mais graves ou viroses comuns. O alho, no entanto, tem sido utilizado para matar diretamente muitos vírus, incluindo o da gripe, da herpes, o vírus da estomatite vesicular (responsável pela herpes labial), e citomegalovírus humano (uma fonte comum de infecção secundária em diagnosticados com HIV), enquanto proporciona uma cura ou alívio sintomático em muitas outras doenças virais, tanto em humanos quanto em animais.

Outras propriedades do alho
A planta também atua como um antifúngico (combate micoses) e antiparasitário (combate vermes) que é eficaz em uso interno e externo. O alho também faz parte das ervas que contêm grandes quantidades de sais minerais como ferro, enxofre, cloro e fósforo, e são eficazes na limpeza do sangue e em melhorar a sua capacidade de transportar oxigênio.

Essa erva é sempre escolhida pelo fitoterapeuta como parte de uma mistura para combater doenças da pele. O alho também contém iodo e bromo, necessários para o equilíbrio do sistema endócrino. A planta tem a vantagem única e adicional de ser capaz de modificar e liberar depósitos saturados de colesterol nas paredes internas das artérias, veias e coração.

Até 20 cápsulas de alho em pó podem ser ingeridas sem danos. Se o seu corpo tem muitas toxinas ou desconforto estomacal e intestinal, o alho pode ser a solução, porque ele elimina bactérias e outros microrganismos responsáveis por putrefações e fermentações no aparelho digestivo. Mas o alho não deve ser consumido além da dose culinária caso você tenha problemas no fígado, na vesícula, no pâncreas, ou com a bile.

Uma boa dica para uso interno do alho é esmagar ou cortar três dentes de alho e cobrir com cerca de 3/4 de xícara de vinho ou suco de cenoura. Deixe a mistura descansar por 24 horas e depois consuma.
Para uso externo, misture três dentes de alho em aproximadamente um litro de água e aplique como uma lavagem na pele. Cuidado ao aplicar apenas o alho cru diretamente na pele, pois isso pode causar queimaduras ou irritações.

Fonte: Luke Hughes é fitoterapeuta 
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Sobre jaguarverdade

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