Entendimento no mercado é que os últimos desdobramentos políticos elevam a probabilidade de um impeachment da presidente Dilma
Pregão eletrônico da Bovespa em São Paulo(Reinaldo Canato/VEJA)
A
Bovespa registrava forte alta nesta quinta-feira, diante do agravamento
da crise política após a divulgação de conversas telefônicas do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravadas no âmbito da operação
Lava Jato. As ações de empresas estatais, como Banco do Brasil e
Petrobras, puxavam os ganhos. Às 10:40, o Ibovespa subia 4,31%, a 49.822
pontos. Na máxima, o índice de referência do mercado acionário
brasileiro avançou a 50.569 pontos, máxima intradia desde agosto de
2015. O volume financeiro no pregão era de 1,4 bilhão de reais.
Entre as gravações está conversa com a presidente Dilma Rousseff na
qual ela diz que estava enviando um emissário para entregar a Lula o
termo de posse no comando da Casa Civil da Presidência para ele usar "em
caso de necessidade". As atenções agora se voltam para a cerimônia de
posse do ex-presidente Lula na Casa Civil, que acontecia neste momento
em Brasília.
No mercado, o entendimento é que os últimos desdobramentos elevam a
probabilidade de um impeachment da presidente Dilma, conforme deve dar
mais argumentos à oposição e fortalecer as manifestações contrárias ao
governo federal. Entre agentes financeiros, o entendimento de modo geral
é o de que mudanças nas perspectivas para a economia brasileira
implicam troca do comando do país.
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Na visão da equipe da corretora Rico, os últimos eventos trazem ainda
mais instabilidade ao governo Dilma. O Credit Suisse destacou em nota a
clientes que o Brasil viveu na quarta-feira "o auge da sua crise
política".
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), também afirmou na
véspera que a Casa irá eleger nesta quinta-feira os membros da comissão
que analisará o impeachment, com posterior instalação da comissão e
eleição de presidente e relator.
Dólar - No mercado de câmbio, o dólar recuava mais
de 2% e voltava ao patamar de 3,65 reais, também com investidores
apostando na eventual troca de governo. Às 10:30, o dólar recuava 2,17%,
a 3,6578 reais na venda, após atingir 3,6415 reais na mínima da sessão.
No pregão passado, a moeda já havia recuado 0,64%.
"A probabilidade de a presidente Dilma terminar o seu mandato é
mínima", escreveram analistas do corretora Guide Investimentos em
relatório.
Fonte: (Com Reuters)
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