O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, um dos
maiores críticos do Partido dos Trabalhadores (PT), deu palestra ontem
sobre a justiça eleitoral. Ele, inclusive, assumirá a presidência do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cabendo-lhe comandar as eleições de
2016. Apesar da temática principal do evento e da escolha cuidadosa de
palavras, o ministro também falou sobre o Petrolão, escândalo de
corrupção investigado pela Operação Lava-Jato.
Utilizando-se
de um tom irônico, Gilmar Mendes comparou os dois grandes escândalos de
desvio de verbas públicas mais recentes do País. “Se o STF fosse julgar o
Mensalão novamente hoje, ele teria que remetê-lo a um juizado de
pequenas causas, porque o Petróleo assumiu dimensões que não sabemos
medir”, afirmou.
A palestra dele, que foi realizada na
Universidade de Fortaleza ontem pela manhã, aconteceu ainda enquanto a
Polícia Federal (PF) batia à porta da casa do ex-presidente Lula (PT),
em São Bernardo do Campo (SP) para levá-lo sob condução coercitiva para
depor. Em sua fala, o ministro do STF fez referência ao episódio, embora
sem citá-lo diretamente, dizendo que “hoje a situação está tão
desgastada que a polícia tem batido em muitas portas”.
Em
entrevista, posterior à palestra, o ministro do STF afirmou que a ação
da Polícia Federal “põe um índice de agravamento na crise política”.
Apesar de afirmar que não dispunha de elementos para avaliar a decisão
do juiz Sérgio Moro”, acreditava que ele tenha se cerado de todas as
cautelas necessárias, especialmente quanto à orientação para que os
delegados e agentes conduzem Lula para o depoimento, que aconteceu nas
dependências do Aeroporto de Congonhas, nma capital paulista. “É uma
decisão com grande repercussão no plano social, econômico e político”,
ressaltou o ministro do STF em suas declarações.
Fonte: http://www.opovo.com.br
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