Sob
protestos de militantes do PT arregimentados por deputados do partido, a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) protocolou na tarde desta
segunda-feira na Câmara dos Deputados um novo pedido de impeachment da
presidente da República, Dilma Rousseff. A documentação será encaminhada
para apreciação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Quando chegou à Câmara portando os seis volumes que em mais de 1.600
páginas compõem o pedido de impeachment, Lamachia foi recebido com
protestos de petistas e militantes da União da Juventude Socialista
(UJS), um dos movimentos sociais que apoiam o governo Dilma. Alvo de
tentativas de agressão, o presidente da OAB foi isolado dentro do
elevador privativo dos deputados. Por causa do tumulto, Claudio Lamachia
não conseguu chegar até o protocolo da Câmara e entregou o pedido ao
secretário-geral da Mesa Diretora, Silvio Avelino da Silva.
Desde a manhã desta segunda-feira os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e
Elino Bhon Gass (PT-RS) andavam pelos corredores da Câmara acompanhados
de servidores comissionados e militantes. Composto, entre outros, pelo
agitador petista Rodrigo Grassi, o Pilha, ex-assessor da deputada Erika
Kokay (PT-DF) com longa ficha na Polícia Legislativa, o grupo gritava
"não vai ter golpe" e "a OAB apoiou a ditadura".
Mais cedo, Lamachia recebeu na sede da OAB em Brasília um grupo de
advogados que discorda do apoio ao impeachment e cobrava uma consulta
nacional a todos os integrantes da ordem. Eles protestaram com cartazes
em frente ao prédio da OAB. "Isso deve ser encarado como uma
divergência, não como um racha na OAB", ponderou Lamachia.
A nova denúncia por crime de responsabilidade tem por base, além das
pedaladas fiscais que já constam no pedido de impeachment em tramitação
no Legislativo, ajuizado pelos juristas Miguel Reale Jr, Hélio Bicudo e
Janaina Paschoal, a tentativa de nomear o ex-presidente Lula como
ministro da Casa Civil para blindá-lo, com foro privilegiado, de um
pedido de prisão preventiva, acusações da delação premiada do senador e
ex-líder do governo Dilma Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) e a renúncia
fiscal em favor da FIFA na Copa do Mundo de 2014.
No último dia 18, o conselho federal da OAB aprovou em plenário o
apoio ao impeachment da presidente por 26 votos a dois - os únicos
contrários foram do membro honorário Marcelo Lavenère, representante de
ex-presidentes, e da seccional do Pará.
O presidente da OAB afirmou que a decisão foi democrática. "A OAB
envolveu mais de 5.000 dirigentes da ordem e os 27 Estados. A decisão é
absolutamente técnica", disse o presidente da OAB Claudio Lamachia. "A
questão política e partidária, as ideologias não nos pertencem."
Na semana passada, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), havia dito que não despacharia de imediato o pedido da OAB.
Fonte: abril.com.br
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