Além de RS, SC, PR e MS, há expectativa de adesão de SP, ES, BA, PE, AC e TO até a convenção. Foto: Henrique Chendes
Os diretórios estaduais do PMDB do Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Paraná e do Mato Grosso do Sul irão apresentar na Convenção Nacional do
partido, prevista para o próximo sábado, 12, moção em que defendem o
desembarque imediato do governo da presidente Dilma Rousseff. A ideia,
segundo alguns dos responsáveis pelo documento, é de também coletar, ao
longo da semana, apoio de outros Estados e levá-lo para votação no dia
do encontro nacional do partido. Na ocasião, o vice-presidente da
República, Michel Temer, deverá ser conduzido ao comando da legenda,
posto que ocupa desde 2001.
"Vamos informar ao Michel sobre a moção que preparamos. Mas antes
vamos coletar assinaturas de outras bancadas. Acreditamos que também
teremos apoio de São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco, Acre e
talvez Tocantins", disse o deputado federal Osmar Terra, vice-presidente
estadual do PMDB em RS. "Hoje, 80% das bases do partido apoiam o
desembarque", acrescentou.
O texto final do documento foi fechado em reunião realizada nesse
último sábado na capital gaúcha e contou com a participação dos
deputados federais do RS, SC, PR e MS. O documento, que passou pela
aprovação "unânime" dos diretórios estaduais, traz uma série de críticas
ao PT e propõe o afastamento do governo Dilma e independência na
atuação no Congresso Nacional.
"Propomos: que o PMDB se afaste dessa desastrosa condução do País e
atue de forma independente do governo federal, nas suas ações e nas suas
posições no Congresso Nacional. Temos que desembarcar do governo e
construir a unidade em torno do vice-presidente Michel Temer e do
partido, para socorrer o Brasil e ajudá-lo a sair do precipício onde se
encontra. Isso é incompatível com seguir cegamente um governo que nunca
nos ouviu ou respeitou", diz trecho do documento intitulado Carta de
Porto Alegre.
Na moção, os peemedebistas citam, indiretamente, como fonte da
ampliação da atual crise política, os episódios das últimas duas semanas
que englobaram a prisão de João Santana, marqueteiro das últimas
campanhas presidenciais do PT; a delação do senador Delcídio Amaral
(PT-MS) e Operação da Lava Jato dessa sexta-feira (4), que teve como
foco principal o ex-presidente Lula.
"A crise ética avilta a Nação e chega ao centro do poder! A crise
política alterna a condição de causa e efeito do quadro emergencial que
vivemos agora. Mas tais crises estão ainda no seu início. Na raiz de
tudo está uma condução do País errática, desacreditada e que se
enfraquece a cada dia", diz o texto.
Embora façam parte do governo, ocupando a vice-presidência da
República e cinco ministérios, os peemedebistas consideram que o governo
não consegue encontrar soluções para a crise política e econômica e se
pauta pela " pressão de cargos".
"Agora o governo, sem apontar um caminho claro, rende-se a um jogo
político pautado pela pressão por cargos, num leilão sem qualquer
respaldo em projetos ou propostas, sem conseguir apontar um horizonte de
esperança para o povo brasileiro", diz trecho da moção.
Na convenção do PMDB, além da escolha do presidente da legenda,
também serão definidos os demais postos do Diretório Nacional e
Executiva Nacional. O encontro está previsto para ocorrer, em Brasília,
na véspera das manifestações contra o governo Dilma marcadas para o
próximo domingo, 13.
Fonte: (AE)
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