A despeito do esforço dos petistas, o PP, que tem a terceira maior bancada da Casa, deve anunciar o apoio ao impeachment contra a presidente Dilma nesta tarde
Um dia depois da aprovação do impeachment
da presidente Dilma Rousseff na Comissão Especial, deputados do PT se
reuniram nesta terça-feira para fazer um balanço do placar que acendeu o
sinal de alerta no Planalto pela diferença maior do que a esperada de
votos favoráveis à destituição da petista. Em reunião a portas fechadas,
os petistas buscaram alternativas para reverter a derrota no plenário
da Câmara dos Deputados e decidiram partir para um corpo a corpo com
parlamentares indecisos, tentando pregar a máxima de que o impeachment
de Dilma seria um "golpe". Na contramão do esforço, porém, nesta tarde o
PP, terceira maior bancada da Casa, deve anunciar o apoio à ação contra
a presidente da República.
Após quase três horas de reunião, o líder da bancada petista,
deputado Afonso Florence (BA), evitou o tom pessimista e afirmou que a
"tropa" está animada e considera que ontem foi um dia de vitória
política, negando as avaliações feitas por palacianos. Ele ponderou que
no início do processo dizia-se que o apoio a Dilma alcançaria apenas 16
votos - a comissão aprovou o relatório do deputado Jovair Arantes
(PTB-GO) por 38 a 27.
Em uma força-tarefa para salvar Dilma na votação marcada para este
domingo, os deputados vão mirar nos parlamentares que se mostram
indecisos, concentrados principalmente em partidos médios, como o PSD e o
PR, e nanicos, como o PHS e o PTN. "A gente pega o quadro dos decididos
e dos indecisos, pega o relatório, o noticiário e mostra que o país
está dividido entre os que defendem o golpe - o impeachment - e o
movimento democrático de massas com intelectuais, artistas que são
contra o governo, contra o PT e contra o impeachment, porque não tem
crime de responsabilidade", afirmou Florence.
"Nós vamos tentar mostrar que a conta que se paga para a história é
ir para a lata do lixo", continuou, repetindo o tom de ameaça feito
nesta segunda, durante a votação no colegiado, quando afirmou que
deputados pró-impeachment "não teriam sossego".
Apesar do esforço, o cenário se mostra bastante incerto na Câmara dos
Deputados. Nesta terça-feira, partidos vão se dedicar a fazer uma série
de reuniões para definir qual rumo seguir após a aprovação do
impeachment na comissão especial. Terceira maior bancada, com 51
deputados, o PP na Câmara deve anunciar nesta tarde que vai desembarcar
do apoio da presidente Dilma. Durante a votação, o líder liberou os
deputados. A expectativa é a de que entre 30 e 35 pepistas votem contra
Dilma.
O PR também se reuniu nesta manhã. Após o encontro, a bancada soltou
uma nota em que afirma que o deputado Aelton Freitas (MG) será o novo
líder, em substituição a Maurício Quintella (AL), que deixou o posto
para votar contra Dilma. No texto, Aelton reitera sua posição governista
de votar em favor do mandato da presidente da República e pondera que
não há necessidade de "fechamento de questão" para que a legenda
confirme ampla maioria pró-Dilma neste domingo. Nos bastidores, porém, a
bancada segue divida. Para Quintella Lessa, entre 25 e 30 deputados,
dos 40 da bancada, devem votar contra Dilma.
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