A
oposição protocolou nesta sexta-feira (1º), uma representação na PGR
(Procuradoria Geral da República) contra a presidente Dilma Rousseff e o
coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto),
Guilherme Boulos, por suposta prática de incitação à violência como
resistência ao pedido de impeachment em trâmite na Câmara dos Deputados.
Assinado pelo líder do PSDB na Câmara,
Antonio Imbassahy (BA), a representação também pede abertura de
inquérito para apurar possível prática de constituição de "milícia
armada" e improbidade administrativa.
Boulos, representante do Movimento dos
Trabalhadores Sem Teto, teria dito nesta semana, em evento no Palácio do
Planalto, que haverá mobilização nas ruas "para resistir a esse golpe".
"Isso (golpe) não funciona mais hoje. Não
funcionará e é por isso que dizemos: vai ter luta, vai ter resistência.
Não passarão com esse golpe de araque no Brasil", teria dito Boulos, de
acordo com a petição protocolada por Imbassahy.
Na representação, Imbassahy diz que Dilma
fez pronunciamentos "indecorosos e indignos do cargo que ocupa",
ratificando o discurso de Boulos de que o atual processo de impeachment é
um golpe.
"Ora, a Presidente da República não tem o
direito de dizer que um procedimento de impeachment que já foi analisado
pelo Supremo Tribunal Federal, e considerado legítimo, é golpe. O
procedimento de impeachment existe justamente para saber se houve ou não
o crime de responsabilidade. Se a Presidente da República considera que
não há crime de responsabilidade, cabe a ela defender-se nos autos
desse processo. Esse é o direito que lhe assiste. Mas não lhe cabe
provocar discursos inflamados, tentar jogar a população contra as
instituições e tolerar ou amplificar promessas de resistência armada
feitas nas barbas dos poderes constituídos brasileiros", diz a petição.
O líder da oposição na Câmara, deputado
Miguel Haddad (PSDB-SP), anunciou nesta sexta também que vai pedir
investigação contra Dilma, contra o coordenador nacional do MST,
Alexandre Conceição, e o secretário de finanças e administração da
Contag, Aristides Santos.
Durante evento de regularização de
propriedades rurais no Palácio do Planalto, eles teriam incitado a
violência como resistência ao processo de impedimento da presidente.
Os discursos da petista e os eventos no
Palácio do Planalto que terminaram em atos para defender seu mandato têm
incomodado a oposição. "É inadmissível que o governo Dilma utilize a
máquina pública para promover palanque de apoio e incitação à violência.
O governo está agindo de forma irresponsável e deve responder por
isso", justificou Haddad, em nota divulgada nesta tarde.
O tucano reclama que Dilma não coibiu os
discursos provocadores, entre eles o de Aristides Santos, que teria
dito: "a forma de enfrentar a bancada da bala contra o golpe é ocupar as
propriedades deles nas bases e no campo. Porque se eles são capazes de
incomodar o ministro do Supremo Tribunal Federal, nós vamos incomodar
também as casas e as fazendas deles."
Haddad também menciona crítica do coordenador do MST ao juiz Sérgio Moro, que teria sido chamado de "golpista". Fonte: (AE)
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