Já pensou em ficar um dia sem fumar? Um dia pode ser o primeiro passo na decisão de parar de vez com o vício do tabagismo e melhorar significativamente a saúde do coração. Quem afirma é a cardiologista Valdênia Souza, coordenadora do serviço CHN Cardiovascular, do Complexo Hospitalar de Niterói.
A proposta é tentadora para romper a relação perigosa entre cigarro e seu amigo do peito, e é isso que o Ministério da Saúde reforça no Dia Mundial sem Tabaco (31/5).
De acordo com o governo, aproximadamente, 5 milhões de pessoas morrem, por ano, em decorrência de doenças ligadas ao hábito de fumar, principalmente por problemas cardíacos.



Para Valdênia, o tabaco é o principal fator de risco evitável para as doenças cardiovasculares. “O fumo aumenta consideravelmente a chance de se ter um infarto do miocárdio, com risco agravado entre as pessoas com menos de 60 anos, em que 45% dessa população morre por conta dessa patologia”, explica a médica.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o tabagismo causa 23 mortes por hora no Brasil, sendo 25% delas consequência de doenças coronarianas, e o Ministério da Saúde afirma que se o consumo de cigarro não cair, o número de óbitos anual pode duplicar até 2030.


A cardiologista explica que entre os danos que o fumo pode trazer ao coração estão a obstrução de artérias, a má circulação do sangue, o aumento do LDL (colesterol ruim) e a redução do colesterol HDL (colesterol bom), entre outros malefícios causados pelas 4.720 substâncias químicas nocivas encontradas no cigarro, das quais pelo menos 60 delas são reconhecidamente cancerígenas.
“O tabagismo potencializa uma série de outras doenças que, associadas à obesidade, ao sedentarismo e à má alimentação, aumentam ainda mais o risco de males no coração, no cérebro e nos vasos periféricos”, afirma Valdênia.
Mas não é só quem traga o cigarro que está suscetível aos perigos do tabaco. Os fumantes passivos não estão de fora das estatísticas. “A chance de um fumante passivo desenvolver um infarto do miocárdio é maior do que a população não fumante, além de outras doenças como câncer de pulmão. Por isso é necessário romper essa relação perigosa entre cigarro e coração”, finaliza a cardiologista.

Fonte: Saúde em Pauta