A Curva de Laffer é talvez a equação econômica mais conhecida que
existe. Ela foi popularizada pelo economista PhD Arthur Laffer, 74 anos,
um dos principais assessores do governo Ronald Reagan.
A idéia é simples, intuitiva e remete a tradições do pensamento econômico tão antigas quanto os escritos do tunisiano Ibn Khaldun no século XIV, mas não espere que o jornalismo e a militância esquerdista entenda, como mostram algumas matérias recentes de jornal.
Para compreender a Curva de Laffer, pense que ela calcula a relação
entre a carga tributária e o total arrecadado pelo governo. Com uma taxa
zero, o governo arrecada zero. Com uma taxa de 100% também, já que
ninguém terá incentivo para empreender. O que a curva mostra é que há um
ponto em que a arrecadação atinge seu limite e, a partir daquele ponto,
ela começa a cair, já que fica mais atrativo sonegar ou parar de
produzir.
Alguns poucos esquerdistas que defendem altas cargas tributárias já
entenderam isso e passaram a dizer que, mesmo que a arrecadação caia, o
imposto alto é uma imposição moral com base na justiça social. Ou seja, o
país vai empobrecer como um todo, mas como os ricos vão ficar menos
ricos, eles se dão por satisfeitos. Barack Obama é um deles, Thomas
Piketty é outro.
A maioria dos esquerdistas, especialmente nas redações, não entendeu
esse fundamento econômico básico e ainda acha que quanto mais imposto,
mais arrecadação e mais dinheiro nas mãos do governo. E é assim que
fazem essas contas ridículas do valor das “sonegações”.
Esse pessoal pensa assim: se 10% de imposto dá 100 bilhões de
arrecadação então 80% de imposto dá 800 bilhões. Se o imposto é de 80% e
a arrecadação está em 200 bilhões então há “sonegação” de 600 bilhões. É
uma conta estúpida, mas quem disse que estupidez constrange esquerdista
de falar?
A mesma matriz de pensamento cria discussões idiotas quando o assunto
é a chamada “guerra fiscal”. Num dos casos mais emblemáticos, ocorrido
no final dos anos 90, a Ford desistiu da instalação de uma fábrica do
Rio Grande do Sul após a troca de governo do estado, levando quase US$ 2
bilhões em investimentos para a Bahia, além da geração de 8 mil
empregos diretos e 80 mil indiretos.
O acordo para a construção da fábrica ocorreu em 1998, durante o
governo Antônio Britto (PMDB), que acabou perdendo a eleição no final do
ano para Olívio Dutra (PT). O acordo previa uma série de incentivos
fiscais para a instalação da fábrica, mas Dutra resolveu “renegociar” o
acordo em termos que a Ford considerou proibitivos. Resultado: a
fábrica, uma das mais modernas do país, foi instalada em Camaçari (BA). A
fábrica produz 250 mil automóveis por ano hoje.
O governo gaúcho ainda briga na justiça com a Ford pedindo
“ressarcimentos”, como se fosse culpa da Ford a mudança unilateral de
postura do estado. Converse com um esquerdista sobre o assunto e até
hoje ele faz a conta do dinheiro que Antônio Britto “abriu mão”, como se
abrir mão de dinheiro não fosse, na verdade, perder a fábrica para a
Bahia. Pergunte aos baianos se eles sentem que saíram perdendo nessa
disputa.
Não acredite nas contas marotas ou estúpidas sobre impostos que a
esquerda espalha nos jornais. A fixação de uma meta fiscal e de uma
determinada política tributária não implica diretamente num valor
arrecadado.
Quando um país entende que baixa carga tributária significa mais
dinheiro nas mãos da sociedade e dos agentes econômicos para que haja
investimentos, criação de empregos e crescimento econômico, ele começa a
trilhar o caminho da prosperidade. O Brasil está a anos-luz desse
entendimento.
Fonte: institutoliberal.org.br/
Fonte: institutoliberal.org.br/
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