Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo são denunciados na Lava-Jato

Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann
Na mira da Lava-Jato: o casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann(Rodolfo Buhrer/La Imagem/Fotoarena/Folhapress)
Acusados na Operação Lava-Jato de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o marido dela, o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações Paulo Bernardo, foram denunciados ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Procuradoria-Geral da República na manhã deste sábado. Segundo o procurador-geral, Rodrigo Janot, o casal teria recebido 1 milhão de reais desviados da Petrobras durante a campanha da senadora em 2010. Na mesma ação, foi denunciando ainda o empresário Ernesto Kugler, que mantém ligação estreita com Gleisi e Bernardo.

A situação da senadora e do marido começou a se complicar em novembro do ano passado, quando o doleiro Alberto Youssef, preso na Lava-Jato, confessou em delação premiada ter feito a entrega do dinheiro a Paulo Bernardo, a mando do ex-diretor Paulo Roberto Costa, em um shopping de Curitiba. Youssef afirmou que o repasse foi efetuado em quatro parcelas: três no shopping e outra na casa dele, em um condomínio de luxo da capital paranaense. Também em delação premiada, Paulo Roberto Costa afirmou à PF que foi Paulo Bernardo quem teria realizado o pedido de dinheiro para a campanha. Tanto Youssef quanto Costa são réus no processo que investiga lavagem de dinheiro, superfaturamento, desvios, corrupção e propina na Petrobrás.

A Polícia Federal já havia indiciado o trio pelo mesmo motivo, mas a Procuradoria-Geral da República teve que anular o procedimento porque Gleisi tem foro privilegiado. Desta vez, foi Janot quem indiciou a senadora e o marido. Não há data para julgamento do processo, que é relatado pelo ministro do STF Teori Zavascki.

Em nota, a senadora rebateu as acusações: "Todas as provas que constam no inquérito comprovam que não houve solicitação, entrega ou recebimento de nenhum valor pela senadora Gleisi Hoffmann ou pelo ex-ministro Paulo Bernardo". Segundo o texto, haveria uma série de contradições nos depoimentos dos delatores. "Um deles apresentou, nada mais, nada menos, do que cinco versões diferentes para esses fatos, o que comprova ainda mais que eles não existiram", completa a defesa.

Em depoimento à Polícia Federal, no ano passado, o casal disse não conhecer o Youssef e nunca ter tido qualquer contato com ele ou com o esquema investigado. Gleisi sustentou ainda que todas as doações para a campanha constam na prestação de contas aprovada pela Justiça Eleitoral.

(da redação)
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