Araújo disse que a revisão das regras será feita pela nova equipe da Secretaria de Habitação - Foto: George Gianni / PSDB
O ministro das Cidades, Bruno Araújo, disse que fará uma auditoria
na modalidade Entidades do Minha Casa Minha Vida. "O Minha Casa Minha
Vida vai sofrer ajustes para não gerar falsas expectativas às
entidades", afirmou o ministro durante coletiva de imprensa. "Vamos
colocar critérios para ajudar a modalidade ter uma eficiência maior na
relação entre contratação e entrega."
Na entrevista coletiva, Araújo citou reportagem do jornal O Estado de
S. Paulo que mostra que a entrega de moradias da modalidade Entidades
representa entre 1% e 1,5% do programa como um todo. Segundo o ministro,
das 61 mil unidades contratadas pela modalidade, desde 2009, apenas
7.548 foram entregues até o fim de março.
Lançamento
Araújo disse que a revisão das regras será feita pela nova equipe da
Secretaria de Habitação e que ele mesmo já marcou conversas com as
entidades. O ministro afirmou que, depois de realizada a auditoria, vai
fazer um lançamento dessa modalidade, mas sem dar uma data para a
cerimônia.
Na terça-feira, 17, Araújo revogou a autorização para a contratação
de 11.250 unidades da modalidade Entidades do programa. Segundo ele, nos
últimos dias o governo da presidente afastada Dilma Rousseff havia
autorizado a contratação de mais 34 mil unidades, mas o volume de
recursos era correspondente a 6.280 moradias. "O volume de recursos
disponíveis é bem menor do que a portaria que apontava a seleção para
esse conjunto de unidades. Isso passaria a gerar uma forte pressão sobre
as unidades da Caixa sem o devido o volume de recursos para esse
atendimento", afirmou.
O ministro também revogou as alterações nas regras para a contratação
de moradias da versão rural do MCMV. Elas foram publicadas no Diário
Oficial da União no primeiro dia do governo Temer. No Dia do Trabalho,
às vésperas da votação do impeachment pelo Senado, Dilma anunciou a
contratação de 25 mil moradias da modalidade entidades até 2018. As
portarias revogadas foram assinadas pela ministra Inês Magalhães -
substituta de Gilberto Kassab (atual ministro de Ciência, Tecnologia e
Comunicações) - por ordem de Dilma.
Após a revogação das portarias, a coordenação nacional do Movimento
dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) prometeu reagir com protestos
"contundentes" nas principais capitais do País.
A modalidade entidades programa difere da maneira como o governo toca
as outras obras do Minha Casa Minha Vida. Primeiro, pela forma como são
feitos os repasses, parcelados, diretamente para as entidades. No
restante do programa, os pagamentos são feitos às construtoras na medida
em que as obras andam. Engenheiros dos bancos públicos (Caixa Econômica
Federal e Banco do Brasil) são responsáveis por essa medição. No MCMV
Entidades, uma parcela do dinheiro é repassada antes mesmo do início das
obras. As associações e os movimentos sociais têm liberdade para
contratar as construtoras ou construir as casas por meio de mutirões,
por exemplo.
Fonte: Diário do Poder
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