Combate. Mosquito Aedes aegypti é o transmissor do zika e da chikungunya, que infectaram o bebê
Campina Grande.
Médicos na Paraíba estão investigando a transmissão do zika e da
chikungunya de uma mulher grávida para o bebê. O feto de cinco meses
está infectado com ambos os vírus. A informação foi confirmada nesta
semana pela médica paraibana especialista em medicina fetal, Adriana
Melo, depois que exames foram realizados em uma clínica particular da
cidade de Campina Grande, na semana passada.
Segundo a médica, os dois vírus foram
transmitidos da mãe para o filho através da placenta. Esse pode ser o
primeiro caso de infecção de feto pelos dois vírus, ao mesmo tempo,
confirmado no Brasil. As informações são do portal de notícias G1.
De acordo com a médica Adriana Melo, a
suspeita de infecção do feto surgiu durante uma ultrassonografia
realizada na 22º semana de gestação. “Através do exame de imagem, nós
percebemos a presença de calcificações e excesso de líquido na cabeça do
feto. É normal que a cabeça do feto tenha líquido, mas em pequena
quantidade”, afirmou a especialista, segundo o portal de notícias. Ela
acrescentou que ainda não é possível saber se o bebê vai ter
microcefalia ou outras complicações relacionadas às infecções.
Depois da suspeita, a médica conta que
retirou uma amostra do líquido amniótico e o resultado dos exames saíram
na sexta-feira passada, confirmando as infecções. Adriana Melo explica
que, a partir de agora, a equipe médica vai realizar exames a cada
quatro semanas de gestação com esta mãe para avaliar o que vai acontecer
com o feto.
Outros casos. Na semana
passada, a médica Adriana Melo já havia confirmado o caso de um bebê que
foi infectado pelo vírus chikungunya durante a gravidez. O bebê está
com 16 dias de vida e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) do Hospital Escola da Fundação Assistencial da Paraíba (FAP), em
Campina Grande, após convulsões, mas o estado de saúde dele é regular.
“O bebê está reagindo bem. Ele está há cerca
de uma semana internado e chegou a ter o nível de plaquetas muito
baixo, crises convulsivas, mas já está se recuperando”, disse Adriana
Melo. Outros dois casos de infecção do vírus chikungunya durante a
gravidez estão sendo investigados na Paraíba.
A médica explica que ainda não sabe como e
quando o bebê foi infectado pelo vírus da chikungunya, nem as sequelas
que ele pode causar. “Ainda estamos estudando. A suspeita é a de que
tenha sido no fim da gestação, já que mãe estava com os sintomas do
vírus na hora do parto, mas, ela (a infecção) pode acontecer através da
placenta ou no momento do parto”, acrescentou Adriana Melo.
Lei permite entrada forçada em local com focos de Aedes
Brasília. A lei que permite entrada forçada de agentes de saúde em imóveis suspeitos de terem focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como zika, dengue e chikungunya foi publicada ontem no “Diário Oficial da União”. A origem da lei foi uma Medida Provisória publicada em janeiro pela presidente afastada Dilma Rousseff, com o objetivo de definir as regras para o combate ao mosquito.Entre os vetos do presidente interino, Michel Temer, está o que isentava de impostos produtos como repelentes, larvicidas e inseticidas usados para o combate ao Aedes. O artigo que previa incentivo fiscal do imposto devido por pessoas físicas e jurídicas que fizessem doações a projetos de combate ao mosquito também foi vetado.
A entrada forçada de agentes de saúde é permitida nos casos em que os imóveis estejam em situação de abandono e em que o dono do imóvel esteja ausente ou não tenha permitido a entrada. Se necessário, os agentes poderão solicitar a ajuda à autoridade policial ou à guarda municipal.
A lei institui também o Programa Nacional de Apoio ao Combate às Doenças Transmitidas pelo Aedes (Pronaedes), com o objetivo de financiar projetos de combate à proliferação do mosquito transmissor. O Ministério da Saúde terá até 30 dias, contados a partir da publicação da lei, para regulamentar critérios e procedimentos para a aprovação de projetos deste programa.
Confirmação
Flórida. Uma mulher haitiana deu à luz na
Flórida ao primeiro bebê nascido no Estado norte-americano com
microcefalia, informou ontem o departamento de saúde local.Testes promissores com vacinas
Animais. Duas vacinas foram eficazes contra o zika vírus em ratos de laboratório, anunciaram ontem pesquisadores, que consideraram esse resultado como um passo importante na criação de uma imunização. “É uma etapa para o desenvolvimento de uma vacina”, declarou Dan Barouch, da Universidade de Harvard, nos EUA, que liderou o estudo publicado pela revista “Nature”.Proteção. Trata-se, segundo ele, da primeira demonstração de uma proteção contra o zika vírus obtida com uma vacina em um animal.
Previsão. No Brasil, o Instituto Butantan fechou uma parceria com o governo dos Estados Unidos e com a Organização Mundial da Saúde para desenvolver uma vacina contra o zika. A expectativa, segundo o instituto, é que a vacina possa ser testada em humanos já no primeiro semestre de 2017.
Investimento. O instituto receberá US$ 3 milhões da Autoridade de Desenvolvimento e Pesquisa Biomédica Avançada (Barda, na sigla em inglês), órgão do Ministério da Saúde dos EUA para as pesquisas de uma vacina do zika com o vírus inativo.
Números
1.616 casos de microcefalia foram confirmados no Brasil, segundo o Ministério da Saúde.
8.049 notificações da malformação foram registradas desde 22 de outubro do ano passado.
233 dos casos confirmados de microcefalia tiveram teste positivo para o zika vírus.
138.108 casos prováveis de zika foram registrados no país somente neste ano.
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