Recurso pede que a Corte reveja a decisão do ministro Teori Zavascki de remeter à 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná algumas das investigações contra o ex-presidente
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A
defesa do ex-presidente Lula entrou nesta quarta-feira com um recurso
no Supremo Tribunal Federal (STF) para que as investigações contra ele
permaneçam na Corte e não nas mãos do juiz federal Sergio Moro,
responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba.
O argumento dos advogados é que é preciso haver uma "sistematização"
dos procedimentos contra Lula para que os mesmos fatos não sejam
investigados em dois lugares já que a Procuradoria-Geral da República
pediu para incluir o nome do petista no inquérito-mãe da Lava Jato que
tramita no STF, que apura a relação de dezenas de políticos com o
esquema de corrupção da Petrobras.
Na peça, a defesa do ex-presidente pede ainda que o Ministério
Público Federal seja notificado sobre condutas de Moro que poderiam,
alega, configurar crime de abuso de autoridade. Os advogados também
querem que a decisão tomada pelo relator da Lava Jato no STF, Teori
Zavascki, seja submetida à análise do plenário.
Na segunda-feira, Teori decidiu enviar
para a 13ª Vara da Justiça Federal no Paraná os procedimentos contra
Lula que estavam sob análise do tribunal em razão de uma decisão
liminar. Entre as investigações que voltaram para Moro estão os casos do
sítio em Atibaia e do tríplex no Guarujá.
Na mesma decisão, o ministro do STF anulou parte das gravações
autorizadas por Moro que envolviam Lula e a presidente afastada Dilma
Rousseff. Entre os áudios invalidados, está um em que Dilma aparece
dizendo que enviaria para Lula o termo de posse da Casa Civil para que o
padrinho político o usasse "em caso de necessidade". Essa gravação é
uma das bases do pedido de abertura de inquérito que a PGR enviou ao STF
para apurar se a presidente afastada e o ex-presidente atuaram em
conjunto para obstruir o avanço das investigações da Operação Lava Jato.
Para Teori, as gravações devem ser anuladas porque foram feitas sem
autorização judicial, já que Moro havia suspendido a diligência horas
antes. O ministro também considerou que o juiz de primeira instância
usurpou a competência do Supremo, já que Dilma é detentora de foro
privilegiado e, por isso, a análise dos áudios deveria ter sido feita
pela Corte.
(com Estadão Conteúdo)
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