Pesquisa revela que atingir o orgasmo é o terceiro fator mais importante para as mulheres, que valorizam mais relacionamento e intimidade
Conversa. Para Raíssa Bragança, o tema ‘orgasmo’ deveria ser mais debatido na sociedade
São Paulo. Se realmente a arte
imita a vida, ela precisa ser um pouco mais fiel à realidade. Isso
porque para 44,4% das brasileiras o orgasmo não é algo tão simples e
fácil de se alcançar, como o que é retratado em filmes e livros. E as
mineiras são as que mais reclamam. Mais da metade (51%) das mulheres da
região metropolitana de Belo Horizonte, pesquisadas pelo estudo Mosaico
2.0, relataram ter alguma dificuldade para chegar lá.
O levantamento nacional liderado pela psiquiatra Carmita Abdo, com apoio da farmacêutica Pfizer, mostrou ainda que, especialmente nas duas faixas etárias mais jovens contempladas pelo estudo, de 18 a 25 anos e de 26 a 40 anos, 43% delas disseram apresentar alguma dificuldade de leve à grave para atingir o orgasmo. A menor porcentagem foi a de Belém (40,4%). O estudo ouviu 3.000 participantes de sete regiões metropolitanas do país (São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Porto Alegre e Distrito Federal) com idades entre 18 e 70 anos.
Na roda de amigas da doutoranda em economia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Raíssa Bragança, 27, essa queixa é ainda maior. Pelo menos oito das dez amigas mais próximas dela dizem ter dificuldade. “Esse assunto é um tema ainda muito velado na sociedade. Nós mulheres conversamos pouco sobre isso. Tenho amigas que não sabem nem o que é orgasmo”, afirma.
Importância. Para mais de três em cada dez mulheres ouvidas no estudo (37,6%), conseguir atingir o orgasmo é considerado o terceiro fator mais importante para se ter um bom desempenho sexual. Para os jovens de 18 a 25 anos, essa taxa sobe para 46,6%. Afeto no relacionamento e intimidade entre os parceiros ocupam as primeiras posições.
Esses fatores, segundo Carmita, mostram como a mulher, ao longo dos anos, vem mudando bastante seu comportamento sexual. “Se comparado com o primeiro estudo Mosaico, realizado há oito anos percebemos que agora a mulher começa a ter mais consciência e a fazer sexo de forma diferenciada, separando bem o que são as atividades erótica e afetiva”, analisa.
Para Raíssa, no entanto, o ato de “fingir” orgasmo mostra como a mulher ainda é reprimida e conhece pouco seu próprio corpo. “Quando eu era mais nova, eu fingia muito porque eu não sabia lidar. Hoje, se eu não consigo chegar lá, isso não me faz mal, e está tudo bem. Mas sei que os homens também não sabem lidar com isso. Não devemos agradá-los, mas temos que nos conhecer mais para depois mostrar ao parceiro como ele pode nos satisfazer”, diz.
De acordo com a sexóloga Walkíria Fernandes, geralmente a queixa relacionada ao orgasmo não tem causas orgânicas. São fatores culturais educacionais, como a repressão sexual, ou algum trauma ou violência sexual, sofrida que costumam estar por trás das causas psicológicas dessa queixa. “O ato sexual requer uma espécie de abandono à situação, ou seja, é preciso que a pessoa se desligue de tudo a seu redor para que consiga se envolver naquele momento com seu parceiro, percebendo as sensações boas que o sexo pode trazer com uma entrega total na situação”, escreveu em seu site. Nesses casos, um dos tratamentos pode ser a terapia sexual.
O levantamento nacional liderado pela psiquiatra Carmita Abdo, com apoio da farmacêutica Pfizer, mostrou ainda que, especialmente nas duas faixas etárias mais jovens contempladas pelo estudo, de 18 a 25 anos e de 26 a 40 anos, 43% delas disseram apresentar alguma dificuldade de leve à grave para atingir o orgasmo. A menor porcentagem foi a de Belém (40,4%). O estudo ouviu 3.000 participantes de sete regiões metropolitanas do país (São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, Belém, Porto Alegre e Distrito Federal) com idades entre 18 e 70 anos.
Na roda de amigas da doutoranda em economia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Raíssa Bragança, 27, essa queixa é ainda maior. Pelo menos oito das dez amigas mais próximas dela dizem ter dificuldade. “Esse assunto é um tema ainda muito velado na sociedade. Nós mulheres conversamos pouco sobre isso. Tenho amigas que não sabem nem o que é orgasmo”, afirma.
Importância. Para mais de três em cada dez mulheres ouvidas no estudo (37,6%), conseguir atingir o orgasmo é considerado o terceiro fator mais importante para se ter um bom desempenho sexual. Para os jovens de 18 a 25 anos, essa taxa sobe para 46,6%. Afeto no relacionamento e intimidade entre os parceiros ocupam as primeiras posições.
Esses fatores, segundo Carmita, mostram como a mulher, ao longo dos anos, vem mudando bastante seu comportamento sexual. “Se comparado com o primeiro estudo Mosaico, realizado há oito anos percebemos que agora a mulher começa a ter mais consciência e a fazer sexo de forma diferenciada, separando bem o que são as atividades erótica e afetiva”, analisa.
Para Raíssa, no entanto, o ato de “fingir” orgasmo mostra como a mulher ainda é reprimida e conhece pouco seu próprio corpo. “Quando eu era mais nova, eu fingia muito porque eu não sabia lidar. Hoje, se eu não consigo chegar lá, isso não me faz mal, e está tudo bem. Mas sei que os homens também não sabem lidar com isso. Não devemos agradá-los, mas temos que nos conhecer mais para depois mostrar ao parceiro como ele pode nos satisfazer”, diz.
De acordo com a sexóloga Walkíria Fernandes, geralmente a queixa relacionada ao orgasmo não tem causas orgânicas. São fatores culturais educacionais, como a repressão sexual, ou algum trauma ou violência sexual, sofrida que costumam estar por trás das causas psicológicas dessa queixa. “O ato sexual requer uma espécie de abandono à situação, ou seja, é preciso que a pessoa se desligue de tudo a seu redor para que consiga se envolver naquele momento com seu parceiro, percebendo as sensações boas que o sexo pode trazer com uma entrega total na situação”, escreveu em seu site. Nesses casos, um dos tratamentos pode ser a terapia sexual.
44% das brasileiras afirmam que têm dificuldades para atingir o orgasmo, segundo pesquisa.
Viagra sem desejo não garante prazer
A ereção, no homem, se desenvolve na fase de excitação. Na mulher, por sua vez, é representada pela lubrificação. E o que as últimas pesquisas têm mostrado é que o uso da “pílula azul” também pode ajudá-las. “Os estudos feitos do uso do Viagra com mulheres mostraram que, mesmo que não tenha desejo, existe um efeito nos vasos sanguíneos, ou seja, proporciona a vasodilatação, provocando uma certa dilatação da área genital, o que facilitaria a lubrificação”, conta o urologista e presidente da Sociedade Latino-Americana de Medicina Sexual (Slams), João Afif.
Viagra sem desejo não garante prazer
A ereção, no homem, se desenvolve na fase de excitação. Na mulher, por sua vez, é representada pela lubrificação. E o que as últimas pesquisas têm mostrado é que o uso da “pílula azul” também pode ajudá-las. “Os estudos feitos do uso do Viagra com mulheres mostraram que, mesmo que não tenha desejo, existe um efeito nos vasos sanguíneos, ou seja, proporciona a vasodilatação, provocando uma certa dilatação da área genital, o que facilitaria a lubrificação”, conta o urologista e presidente da Sociedade Latino-Americana de Medicina Sexual (Slams), João Afif.
Litza Mattos - Enviada especial
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