Que mal os antibióticos realmente fazem para a sua digestão e a saúde dos seus intestinos?
Aqui está a resposta: é pior do que você jamais imaginou.
Um estudo recente descobriu que
certos tipos comuns de antibióticos podem causar distúrbios às bactérias
benéficas nos seus intestinos por meses, até um ano – podendo levar a
doenças como doença inflamatória intestinal, e até aumentar o risco de câncer do intestino grosso.
Mas, alguns outros antibióticos
causam distúrbios nos seus intestinos por somente uma semana ou um pouco
mais. Aqui estão informações sobre quais antibióticos são mais
perigosos para a sua saúde gastrointestinal – e como se proteger deles.
Como quatro antibióticos comuns afetam os seus intestinos
Nós, seres humanos, somos mais
colônias do que indivíduos. Nós dependemos de múltiplos benefícios
bacterianos nos nossos intestinos e em nossas bocas para viver bem. Para
descobrir o que acontece na nossa ecologia intestinal durante uma única
rodada de antibióticos, os pesquisadores suecos e britânicos
administraram a adultos saudáveis ou um placebo ou um antibiótico oral.
Eles coletaram amostras de saliva e fezes antes e depois de uma rodada
de antibióticos.
Quatro tipos comuns foram estudados:
- Amoxicilina – Classe: Semelhante a penicilina. É prescrito para tratar a bronquite, a gonorreia e infecções dos ouvidos, do nariz, da garganta, do trato urinário e da pele.
- Minociclina – Classe: Tetraciclina. É prescrito para tratar infecções respiratórias, acne e outros distúrbios dermatológicos, bem como as infecções urinárias e genitais.
- Ciprofloxacino – Classe: Fluoro quinolona. É prescrito para tratar as infecções do trato urinário, bem como o antraz. É comumente chamado de “Cirpo.”
- Clindamicina – Classe: Lincomicina. É prescrito para tratar infecções dos pulmões, da pele e para infecções vaginais.
Não é de se surpreender que todos os
antibióticos aniquilaram com muitas das bactérias benéficas, tanto na
saliva como nas fezes dos participantes do estudo. As boas notícias são
que na boca, os bons “bichos” repovoaram-se bastante rapidamente após o
uso de todos esses quarto antibióticos.
Mas os intestinos não se deram tão
bem. Para a amoxicilina, a concentração de bactérias boas foi
desarranjada por aproximadamente uma semana. Para a monociclina, foi
aproximadamente um mês. Mas para os pesos-pesados ciprofloxacina e
clindamicina, os danos foram mais duradouros. Eles exterminaram muitas das bactérias boas.
Especificamente, eles destruíram
vários tipos de bactérias comuns nos intestinos que produzem um ácido
graxo de cadeia curta chamado de butirato – que
está cada vez mais reconhecido como uma chave para um intestino grosso
saudável. O butirato inibe a inflamação, age como um antioxidante
protetor poderoso e ajuda a barrar a formação do câncer. Quando as
bactérias são mortas e param de produzir o butirato, podem acontecer
distúrbios digestivos, como a doença inflamatória intestinal.
Neste estudo, a ciprofloxacino e a
clindamicina exterminaram os produtores de butirato por vários meses –
e, em alguns casos, por até um ano.
Isso significa que você nunca deve
aceitar uma prescrição para estes antibióticos? Aí é demais, já que
algumas infecções que podem ser tratados por estes e outros antibióticos
podem ameaçar a sua vida. Mas, se você receber uma prescrição para os
antibióticos nas classes de fluoro quinolona ou lincomicina, discuta com
o seu médico se há classes alternativas de antibióticos que possam
servir para a sua infecção específica.
E há muitas situações nas quais os
antibióticos são prescritos quando não são necessários de jeito nenhum.
Isto contribui para a epidemia global da resistência aos antibióticos, e pode aumentar o risco para a diabete.
De acordo com outro estudo, em alguns casos os antibióticos podem
contribuir para danificar o sistema digestivo a ponto de contribuir para
problemas de saúde de longa duração.
Então, só os tome se você realmente precisa deles. Converse com seu médico sobre outras alternativas viáveis!
Fonte: Dr. Rondó
Referências bibliográficas:
- Lanceta Augusta 14, 2014
- British Journal of Nutrition 2011 Sep;106(6):887-95
- BCM Gastroenterol. 2011 Apr 14;11:37
- Clinical Infectious Diseases 2011 May;52(10):1227-30
- Lancet Infectious Diseases October 15, 2015
- JAMA November 3, 2015
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