No
início do século XVI, a monarquia portuguesa estava expandindo o seu
alcance e influência por todo o mundo, negociando com a Índia e com as
Índias Orientais o controle sobre o comércio de especiarias. Graças a
essa empreitada comercial, o zoológico de Lisboa estava recebendo
criaturas de todas as partes do mundo. Era uma tradição portuguesa
enviar animais aos papas, mas até então só haviam sido enviados
papagaios, leopardos e macacos.
No
momento em que Médice foi eleito papa, o Rei Manuel I vislumbrou uma
oportunidade política e financeira se aproximando. Ele concluiu que
poderia pedir dinheiro para expandir sua frota de navios e artilharia,
além de pedir a benção do Papa para dar continuidade ao expansionismo
português. Ele planejou tudo cuidadosamente: enviou tecidos, tesouros,
um leopardo, uma chita, papagaios, cães, um cavalo Persa e Hanno.
A
primeira aparição de Hanno ao povo e ao Papa, foi um tanto dramática,
mas de boa impressão. O elefante caminhou pelas ruas de Roma
completamente adornado e com uma torre de prata em suas costas. Ele se
ajoelhou para o Papa, levantou-se e jogou a tromba três vezes no ar,
depois encheu-a de água e molhou todos que ali estavam, inclusive o
pontífice.
A
estadia de Hanno no Vaticano foi curta, porém positiva. O elefante
chegou ao Papa com 4 anos de idade e morreu aos 7. Em 1516, ele começou a
sentir dificuldades para respirar e demonstrava estar com muita dor. Os
médicos acreditavam que ele estava constipado, e para tentar tratá-lo,
criaram um supositório e com uma certa quantidade de ouro, um tratamento
comum na época. No entanto, isso acabou matando ele.
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O Papa lamentou muito a morte de seu elefante e chegou a escrever um hino em sua homenagem. Seu corpo foi enterrado na Cortile del Belvedere,
no Vaticano, e descoberto em fevereiro de 1962 por um grupo de
trabalhadores italianos que cuidava do sistema de aquecimento do lugar.
[ Atlas Obscura ] [ Foto: Reprodução / Atlas Obscura ]


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