O Supremo Tribunal Federal (STF) optou na quarta-feira, 8, pelo
silêncio, o que reforçou o clima de incômodo da Corte com o vazamento da
informação de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu
a prisão de integrantes da cúpula do PMDB.
Um dia depois de a iniciativa de Janot vir a público, o assunto não
foi abordado durante a sessão do plenário, que julgou um recurso da
Eletropaulo sobre a redução do campo eletromagnético de linhas de
transmissão.
Interlocutores de Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF,
afirmaram que ele não tem pressa para deliberar sobre os pedidos de
prisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, do senador Romero Jucá,
do ex-presidente José Sarney e do presidente afastado da Câmara Eduardo
Cunha. Ao jornal O Estado de S. Paulo, Teori disse que não falaria.
Outros ministros abordados também não se pronunciaram.
O fato de os pedidos terem sido revelados pela imprensa não pressiona
Teori a tomar decisão rápida. Os requerimentos chegaram à Corte há mais
de três semanas. Para integrantes do STF, o vazamento partiu do
Ministério Público como forma de pressionar o tribunal a se posicionar.
Renan, Jucá e Sarney são suspeitos de obstruir a Lava Jato após
divulgação de áudios feitos pelo delator Sérgio Machado. Uma fonte com
acesso aos pedidos diz que há fatos novos nos requerimentos. Cunha, no
entendimento de Janot, continua atrapalhando as investigações contra ele
na Justiça e na Câmara, mesmo estando afastado. (AE)
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