"As
empresas faliram por conta do sistema econômico anterior. No sistema
atual ninguém vai falir", garantiu (Foto: Beto Barata/ PR)
O presidente em exercício, Michel Temer, afirmou nesta
quinta-feira, 30, que, "pouco a pouco", o seu governo vai "trazer o
Brasil para realidade". Temer repetiu que não se preocupa com a
interinidade. O presidente em exercício usou, pela primeira vez, o Salão
Nobre do Palácio do Planalto e, para uma plateia de cerca de 450
empresários, disse que o evento de hoje reforçava o apoio ao seu
governo. "Achei que teríamos aqui 30 ou 40 pessoas e vejo que as
lideranças empresariais conseguiram mobilizar todo o Brasil", disse.
De forma descontraída, Temer desejou aos empresários que a "cadeira
não seja desconfortável" e contou novamente a história de quando passou
em um posto numa estrada paulista e viu a placa com dizeres "não fale em
crise, trabalhe". Segundo o presidente, depois de sua menção,
reportagens mostraram que o posto em questão faliu. "As empresas faliram
por conta do sistema econômico anterior. No sistema atual ninguém vai
falir", disse.
Segundo Temer, os empresários não têm a preocupação coma figura do
presidente e sim com o futuro do País. "Dar apoio ao governo é dar apoio
ao Brasil", disse. O presidente destacou que via "animação" no
empresariado e que além do "combate material, econômico, também há um
fenômeno psicológico" para combater a crise e retomar a confiança.
Em um afago aos empresários, Temer afirmou que, se a iniciativa
privada caminhar bem, forma-se um circulo virtuoso importante para a
economia, que ajuda a garantir o "primeiro direito do cidadão, que é
emprego". Segundo ele, uma das coisas mais desagradáveis que ele ouviu é
que já há mais de 11 milhões de desempregados no País.
Temer disse que a representatividade do evento de hoje, com um número
significativo de lideranças empresariais, faz com o governo se sinta
mais responsável. "Ao falar muito obrigado, agora me sinto com mais
obrigações", disse.
Ao reforçar que não atua como interino, Temer chegou a dizer que,
"aconteça o que acontecer", não é figura do presidente da República que
importa. E destacou que segue trabalhando pelo País.
Ele citou a proposta do teto dos gastos públicos e disse que era meta
expandir para os Estados. "A União só é forte se forem fortes os
Estados e municípios", disse. Ele citou ainda o empenho do Congresso na
aprovação de matérias consideradas importantes pelo governo, como a meta
fiscal, e disse que para ter governabilidade é fundamental, além do
apoio dos parlamentares, a compreensão da população. "Nós não governamos
para um setor e sim para todo o País", disse.
O presidente também comentou o aumento de 12,5% concedido aos
beneficiários do Bolsa Família. "Temos extrema pobreza ainda. Por isso,
demos a revalorização do Bolsa Família", afirmou.
Carta
Temer participou de cerimônia com representantes da Confederação das
Associações Comerciais (CACB). O presidente a entidade, George Teixeira
Pinheiro, entregará ao presidente interino uma carta com propostas para
contribuir na atuação do governo, entre elas, a abertura d economia e
incentivos às exportações, a simplificação do Supersimples, a
regulamentação da terceirização e o pedido de um novo Refis.
"Reconhecemos todas as dificuldades para colocar o País nos trilhos e
acreditamos que são necessárias medidas pontuais para que a economia
retome o processo de crescimento", diz Pinheiro, na carta.
No documento, Pinheiro afirma ainda que é essencial uma agenda
econômica e social que facilite a vida de "quem corre riscos para gerar
investimentos e empregos". "O financiamento ao empreendedor é caríssimo e
escasso", diz. (AE)
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