“O
Brasil sozinho conta com mais de 40% das novas infecções de aids na
América Latina”, alerta a UNAids (Foto: Adair Gomes/Imprensa-MG)
A UNAids - programa da Organização das Nações Unidas (ONU) para
combater a doença – divulgou nesta terça-feira, 12, dados preocupantes
sobre o número de pessoas infectadas pelo vírus no Brasil.
A entidade mostrou preocupação não só com o Brasil, mas com os
números mundiais de casos. Segundo a UNAids, o número de novas infecções
pelo mundo caiu apenas de forma modesta, de 2,2 milhões em 2010 para
2,1 milhões em 2015. O Brasil e a América Latina, porém, caminharam em
uma direção oposta.
De acordo com a entidade, em 2010, eram registrados no Brasil cerca
de 43 mil novos casos, enquanto a taxa em 2015 subiu para 44 mil.
“Estamos soando o alarme”, disse o diretor-executivo da UNAids,
Michel Sidibé. “O poder da prevenção não está sendo realizado. Se houver
um aumento de novos casos de infecção agora, a epidemia será impossível
de ser controlada. O mundo precisa tomar medidas urgentes e imediatas”,
alertou. Hoje, são 36,7 milhões de pessoas vivendo com a doença pelo
mundo e com 1,1 milhão de mortes.
No total, a população vivendo com aids no Brasil passou de 700 mil
para 830 mil entre 2010 e 2015, com 15 mil mortes por ano. “O Brasil
sozinho conta com mais de 40% das novas infecções de aids na América
Latina”, alertou a UNAids.
A organização destaca importantes avanços na região no que se refere à
contaminação de crianças, com uma queda de 50% em apenas cinco anos.
Mas, entre adultos, a UNAids alerta para um aumento de casos de 2% entre
2010 e 2015, atingindo um total de 91 mil novas infecções por ano.
Na América Central, as taxas de aumento foram de quase 20% em países
como Belize, Nicarágua e Guatemala. No México, a alta foi de 8%, contra
5% na Colômbia e 4% no Brasil. Em pelo menos dez países
latino-americanos, porém, houve queda no número de novos casos,
incluindo Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela.
No Brasil, apenas 6% do orçamento – cerca de US$ 800 milhões – seria
usado para programas de prevenção e, das 830 mil pessoas vivendo com a
doença, 452 mil estariam recebendo a terapia, cerca de 55%. Mas, o
estudo alerta que a prevenção pode estar falhando.
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