O
pagamento teria ocorrido a pedido do lobista Milton Lyra, que foi alvo
de buscas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira -
ele é ligado à cúpula do PMDB no Senado (Foto: Antônio Cruz/ABr)
O delator da Operação Lava Jato Nelson Mello, ex-diretor da
Hypermarcas, afirmou em sua delação premiada que pagou R$ 5 milhões em
caixa dois para a campanha do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) ao
governo do Ceará em 2014, por meio de contratos fictícios.
Segundo o depoimento de Mello, o pagamento teria ocorrido a pedido do
lobista Milton Lyra, que foi alvo de buscas nesta sexta-feira, 1º, na
Operação Sépsis. O lobista é ligado à cúpula do PMDB no Senado.
Após ser informado por Lyra de que um emissário de Eunício o
procuraria em 2014, Nelson Mello recebeu um sobrinho do senador, de nome
Ricardo, pedindo ajuda financeira. O delator informou que foram
firmados contratos fictícios com três empresas, sem a prestação de
nenhum serviço.
"Pagou despesas de empresas que prestava serviços à campanha de
Eunício Oliveira; que ajudou mediante contratos fictícios", disse Nelson
de Mello. "Ao final se providenciou uma nova nota fiscal para totalizar
R$ 5 milhões", relatou.
Mello disse ter firmado diversos contratos fictícios com empresas de
Milton Lyra que, segundo ele, eram solicitadas pelo lobista como pedido
de "ajuda para os 'amigos'", mas sem especificar quem receberia os
recursos.
Os senadores citados como os que havia conhecido eram, além de
Eunício, Eduardo Braga (PMDB-AM), Romero Jucá (PMDB-RR) e o presidente
do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
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