O delegado
Eduardo Mauat, que foi afastado da equipe que conduz as investigações da
Operação Lava Jato em Curitiba, criticou o diretor-geral da Polícia Federal
(PF), Leandro Daiello. A Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF)
também demonstrou preocupação com o afastamento de profissionais da
força-tarefa.
Mauat atuava
na Lava Jato desde as primeiras fases. O afastamento dele foi anunciado pela
superintendência da PF na última segunda-feira (27). Além de Mauat, o delegado
Duílio Mocelin também deixou a força-tarefa. Já o delegado Luciano Flores pediu
licença temporária para trabalhar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro e deve
retornar a Curitiba após os jogos.
Em um vídeo
publicado no Fabecook, Mauat agradeceu o apoio após a sua saída da equipe e se
posicionou sobre o afastamento. Mauat afirma que seu afastamento foi
determinado pelo diretor-geral Leandro Daiello e que ele pretendia continuar na
operação até agosto. Segundo ele, enquanto Daiello comandar a corporação, não
voltará a trabalhar na Lava Jato.
“Mas repito
o que já disse em outras oportunidades: eu sou só mais um na equipe. Há várias
pessoas capacitadas no departamento que podem dar continuidade ao trabalho. O
que me preocupa são as condições de trabalho. Que as pessoas seja respeitadas,
que haja entendimento, profissionalismo, que cada um faça seu papel. E que as
coisas continuem andando bem como vinham andando”, diz.
Mauat também
pediu que a sociedade acompanhe os acontecimentos e afirmou que os brasileiros
têm direito de questionar o que acontece na operação e com as equipes
responsáveis. “Minha opinião é que vocês têm toda legitimidade para fazer os
questionamentos que achem necessários. A Lava Jato não é uma operação que
pertence a alguns burocratas, que podem oxigenar ou deixar de oxigenar as
pessoas que eles bem entenderem. Na verdade, é uma operação que pertence à
sociedade”, afirma o delegado afastado. “Todos nós devemos permanecer
vigilantes para que sejam oferecidas as condições necessárias para que as
pessoas que trabalham na Lava Jato realizem seu trabalho”, completou.
O delegado
enfatizou o papel da sociedade. “A sociedade é o ator principal desse processo.
A Lava Jato traz as informações para que a sociedade possa se posicionar e
interagir em relação a elas. O protagonista desse processo é a sociedade. A
Lava Jato pode ser mais uma operação, pode passar como outras, mas espero que a
Lava Jato deixe ele legado de questionamento, interação, protesto, elogio, seja
o que for. Que as pessoas questionem mais os problemas nacionais, que voltem a
acreditar, que as pessoas debatam, que se orgulhem do país. Pode ser um sonho,
mas acho que isso deve ser buscado”, disse.
“Continuem
questionando, continuem batalhando, porque a Lava Jato vai continuar”,
finaliza.
0 comentários:
Postar um comentário