Agência Nasa divulgou levantamento indicando chances de ressecamento do solo, o que facilita a ocorrência de incêndios
A
Amazônia pode ter neste ano a pior temporada de queimadas já registrada
na sua história. Reflexo do intenso El Niño que atinge o planeta desde o
ano passado, a região vem sofrendo um ressecamento do solo que deve
chegar ao auge quando a estação seca começar, no próximo mês. É o que
aponta levantamento feito pela Nasa junto com universidades americanas.
El Niño pode contribuir para que Amazônia sofre recorde de queimadas em 2016
A análise leva em conta a temperatura da
superfície do Oceano Pacífico, que aumenta com a ocorrência do El Niño.
De acordo com os pesquisadores, no ano passado ela foi a mais alta desde
que esse monitoramento começou a ser feito, em 2001.
Sem chuva,
diminui a umidade do solo, deixando as árvores secas, o que aumenta o
risco de queimadas. A previsão é de pelo menos 92% de risco de fogo para
a floresta, considerando a análise feita em dez regiões. Pará e Mato
Grosso lideram o chamado Índice Sazonal da Severidade de Fogo, com
respectivamente 98% e 97% de chance de incêndios.
"Com as análises
de satélite da Nasa, nós observamos que o forte El Niño deixou o sul da
Amazônia mais seco no começo da temporada de fogo em anos que tiveram
secas severas, como em 2005 e 2010", explica Douglas Morton, pesquisador
da Nasa e um dos responsáveis pelo estudo.
Mesmo na temporada
úmida, de janeiro a abril, o índice de queimadas na Amazônia já ficou
bem acima do observado antes. "Os dados mostram que a região já está
rumo a uma temporada de fogo extrema em 2016", resume Morton.
"Por
um lado, um atraso nas chuvas no Pará e no Amazonas permitiu que a
temporada de fogo de 2015 continuasse em janeiro e fevereiro deste ano.
Por outro lado, Mato Grosso teve um início precoce da temporada de fogo
de 2016, com recorde de detecções em abril e maio."
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