Na moda e amplamente incentivado entre os praticantes de atividades físicas nas academias, o consumo exagerado de suplementos alimentares e vitaminas está levando aos consultórios mais pacientes com alterações na função renal, devido ao uso desses produtos sem acompanhamento e, muitas vezes, até como substitutos de refeições.
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A presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), Carmen Tzanno,
diz que chega a receber até 2 pacientes por semana relatando problemas
que, quando investigados, levam à constatação de que foram causados por
suplementos.
“Muitos pacientes são jovens e até adolescentes”, afirma ela. “Esse
movimento é percebido há pelo menos três anos”, completa, ao explicar
que a suplementação é recomendada apenas para atletas de alto rendimento ou para sanar deficiências geradas por patologias.
A preocupação é crescente, e o consumo inadequado é apontado como uma
das causas da disfunção renal, discutida em congressos da área.
O nutrólogo e também nefrologista Alexandre Dias Pinto Coelho alerta que, em conversas informais em um desses eventos, foi levantada a suspeita de um possível surto na hemodiálise.
Um dos principais riscos, segundo Coelho, é a dieta dos atletas que
buscam hipertrofia (crescimento dos músculos), baseada principalmente em
alimentos e suplementos ricos em proteínas, que, em excesso, podem
acelerar nefropatias (lesões ou doença do rim) silenciosas.
Carmen também ressalta os riscos das dietas da moda,como
a Dukan, que, se aliada aos suplementos proteicos (como o Whey Protein,
por exemplo), acaba levando à formação de pedras nos rins.
A nefrologista também cita o caso de um paciente que, após o uso de
doses elevadas de vitamina D, chegou ao quadro de intoxicação,
hipervitaminose e calcificação renal.
A psicóloga Marcelle Bitarães, 24, conta que sempre
desconfiou dos benefícios dos suplementos, mas há 8 meses ela adquiriu
uma rotina mais rigorosa de atividade física e passou a sentir a
necessidade de contar com a “ajuda” de produtos indicados por sua
nutricionista esportiva. “Sempre tive o pé atrás e, sem acompanhamento,
acho perigoso tomar. Consegui eliminar 10 kg e 13% de gordura. Sem os
suplementos acho que conseguiria o mesmo resultado, mas demoraria mais”.
Expansão
No Brasil, estima-se que 2% da população – cerca de 4 milhões de pessoas – consuma suplementos, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais
(Abenutri). Dentro do mercado de nutrição esportiva, os produtos à base
de proteína aparecem como campeões de venda (65%), e os jovens entre 15
e 30 anos representam 80% dos consumidores.
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“Os números podem aumentar de maneira exponencial nos próximos anos. Sendo assim, esse mercado deve ser regulado, e a população deve procurar orientação profissional.
Essas medidas são preventivas e visam à preservação da função renal,
boa qualidade de vida e um estilo de vida saudável”, diz Carmen.
Fiscalização
Alerta! Somente em 2014 e 2015, a Anvisa
proibiu a distribuição e a comercialização de 21 marcas de suplementos
proteicos para atletas e outras 14 marcas de suplementos alimentares.
Fonte: O Tempo
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