O presidente do PT, Rio Falcão, convidou Dilma, mas muitos na legenda não gostaram da ideia (Foto: Pedro França)
A
possibilidade de a presidente cassada Dilma Rousseff presidir a
Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, foi criticada, na noite desta
terça-feira, durante reunião entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva e as bancadas do partido na Câmara e no Senado.
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O presidente do PT, Rui Falcão, convidou Dilma para substituir Márcio
Pochmann à frente da Fundação, mas muitos na legenda não gostaram da
ideia. Até mesmo Lula disse, segundo relato dos presentes, que Dilma
precisa entender que a fundação é um "colegiado" e lá ela terá de ouvir
opiniões, não podendo mandar sozinha.
Questionado pelo Estado após a reunião, realizada num hotel em
Brasília, Falcão não quis tecer comentários sobre a nova polêmica. "Eu
convidei e ela aceitou", afirmou o presidente do PT. Quando era
presidente da República, Dilma sempre foi alvo de críticas de petistas,
para quem ela não ouvia ninguém, nem mesmo Lula.
Treze dias após o Senado aprovar o impeachment de Dilma, o PT também
já se prepara para discutir a apresentação de um programa com
alternativas para o Brasil.
Apesar de decidir por uma oposição implacável ao governo comandado
por Michel Temer, o partido quer fazer um contraponto à gestão dele e
mostrar que têm propostas para o País. "Precisamos nos preparar para
voltar ao governo, e temos de reforçar o PT", afirmou Lula, de acordo
com relato dos participantes do encontro. "Nós saímos desse processo
andando, de cabeça erguida", disse o deputado Wadih Damous (PT-RJ), numa
referência à queda de Dilma com a preservação de seu direito de ocupar
cargos públicos.
Em fevereiro, quando completou 36 anos, o PT lançou um plano nacional
de emergência em que criticava o ajuste fiscal sob Dilma e propunha a
criação de um Fundo Nacional de Desenvolvimento e Emprego, com o uso de
parte das reservas internacionais. À época, o partido já dizia que vivia
uma "encruzilhada entre o passado e o futuro".
Lula ouviu deputados e senadores preocupados com as campanhas
municipais, no momento em que o PT enfrenta sua maior crise. Mesmo
assim, a avaliação foi a de que a cassação do deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) provocará grande estrago no governo e na base aliada de Temer,
uma vez que ele ameaça fazer delações premiadas envolvendo até mesmo
ministros.
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