Com a propina de R$6 milhões, Ronan Maria Pinto comprou o jornal Diário do Grande ABC, segundo revelou o empresário.
O empresário Marcos Valério, condenado no Mensalão e réu da
Operação Lava Jato, declarou nesta segunda-feira, 12, ao juiz Sérgio
Moro, em Curitiba, que o ex-tesoureiro do PT Silvio Pereira disse a ele
que o ex-presidente Lula e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto
Carvalho foram “chantageados” pelo empresário Ronan Maria Pinto que
teria exigido deles R$ 6 milhões para comprar o jornal Diário do Grande ABC.
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Segundo os investigadores, Ronan seria conhecedor de detalhes do
assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), em janeiro de
2002 – o petista teria sido eliminado porque decidiu dar um fim a
esquema de corrupção em sua própria gestão que beneficiou o partido.
Marcos Valério foi ouvido pelo juiz Moro como réu em ação penal da
Lava Jato. Ele confirmou ter declarado à Procuradoria-Geral da República
em setembro de 2012 que foi procurado para fazer ‘uma movimentação do
dinheiro’ supostamente destinado a Ronan – também alvo da Lava Jato.
Segundo o criminalista Marcelo Leonardo, defensor de Valério, o
publicitário “chegou a assinar contratos, mas depois que soube das
pessoas envolvidas na operação desistiu de participar da movimentação do
dinheiro”.
Leonardo disse que Marcos Valério revelou ao juiz da Lava Jato que um
ano depois ficou sabendo que a operação de repasse de dinheiro ao
empresário do ABC foi efetivada via pecuarista José Carlos Bumlai no
Banco Schahin.
Marcos Valério afirmou que “não sabe” exatamente qual teria sido o
motivo da chantagem contra Lula e os ex-ministros Dirceu e Gilberto
Carvalho.
Ele protestou que “é um homem preso numa penitenciária” (em Minas) e que não daria mais detalhes por “temer represálias”.
Marcelo Leonardo, seu defensor, disse à saída da audiência, que “uma
delação (premiada) não está descartada e nela poderão ser revelados
novos dados sobre o fato”. (AE)
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