Reprodução/TV Globo
Lee Taylor (Martim) terá cena de conexão espiritual com Antonio Fagundes (Afrânio) no final
Pai e filho terão uma conexão espiritual nos últimos capítulos da
novela Velho Chico. Arrependido por nunca ter amado Martim (Lee Taylor),
Afrânio (Antonio Fagundes) sairá em busca do herdeiro. Enganado por
Carlos Eduardo (Marcelo Serrado), ele seguirá uma pista falsa para
encontrar o fotógrafo, assassinado pelo político. Debilitado, o coronel
viajará pelo rio São Francisco durante dias até se deparar com o barco
fantasma Gaiola Encantado. Nesse momento, ouvirá o filho morto falando
dele. Os dois "apagarão" as mágoas e irão às lágrimas ao lembrar do
único momento afetuoso que tiveram na vida.
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O acerto de contas entre os dois começará a ser exibido no penúltimo
capítulo da trama, previsto para ir ao ar no próximo dia 29. Afrânio
sofrerá um golpe atrás do outro daqui até lá. Sua mãe morrerá, Iolanda
(Christiane Torloni) o abandonará e, por último, Santo (Domingos
Montagner) lhe entregará fotos feitas por Martim de Carlos Eduardo
recebendo uma mala de dinheiro em uma empresa de fachada. As imagens
indicarão que o novo Saruê está por trás do sumiço do jornalista.
Afrânio terá um embate com seu sucessor, mas o vilão negará que tenha
matado Martim e fará Queiroz (Batoré) dar um jeito de convencer o
ex-sogro de que o filho está vivo. Coagido, o recepcionista da pousada
em que Martim se hospedará antes de morrer afirmará ao coronel que seu
filho foi embora dizendo que ia descer pelas águas do rio até chegar ao
mar.
Cícero (Marcos Palmeira) será o parceiro de Afrânio nessa
jornada. Ele cuidará do patrão e ouvirá suas lamúrias de arrependimento.
Quando o jagunço estiver cansado, fazendo de tudo para Afrânio desistir
de seguir o rio, o Saruê verá uma embarcação no meio do "Velho Chico".
"É Martim, meu filho", dirá ele.
O público verá Martim no barco fantasma a partir de
sexta-feira (16), logo após ele ser assassinado. A viagem do fotógrafo
será de reflexão, sempre falando com o capitão do Gaiola Encantado sobre
sua vida e os problemas da região, a maior parte gerados pelo
coronelismo e o desrespeito do ser humano com a natureza.
Barco do Além
"Ao passo que Cícero cruza por trás do patrão vê-se o rio
sob a sua perspectiva: vazio. O jagunço aperta os olhos naquela direção e
não encontra absolutamente nada", indica o roteiro escrito por Benedito
Ruy Barbosa e Bruno Luperi. "Dá pra ouvir a voz dele, dá pra ouvir Martim", falará o coronel.
Cícero, assustado, pedirá para o coronel parar com essa conversa. "Ele tá falando, Cícero! É Martim! Você não está ouvindo? É ele, Cícero, meu filho, eu estou ouvindo! Ele tá falando de mim", esbravejará Afrânio.
No Além da trama, representado pela embarcação fantasma,
Martim estará contando ao capitão qual é a lembrança mais bonita que tem
do pai. "Acontece que criança nenhuma sabe o que é morrer, não que
adultos saibam, mas crianças não entendem a morte. Quando era novo,
tinha medo de dormir. Não era medo de escuro, de ficar sozinho. Era medo
de fechar os olhos e dormir. Uma madrugada, depois de Tereza [Camila
Pitanga] e minha avó dormirem querendo me fazer dormir, fui andar pela
casa. Fazia isso às vezes, menos no escritório do coronel. Até que esse
dia eu fui! Pensei que estava sozinho até ouvir a voz dele perguntar",
dirá o fotógrafo.
Encontro espiritual
A câmera cortará para Afrânio, dando continuidade à fala
do filho: "Também não consegue dormir?", lembrará o coronel, emocionado.
"Senti o corpo parar. Pensei que fosse apanhar e sabia que, se fugisse,
a surra ia ser ainda maior. Mas ele me disse com a voz calma, não me
bateu, não gritou, nada. Apenas perguntou se eu também não conseguia
dormir? Então, virou a cadeira até mim e me ofereceu seu colo. Fiquei
perplexo, não sabia o que fazer. Sem sequer olhar nos meus olhos, ele
foi falando, como se soubesse tudo de mim", contará Martim.
De olhos fechados, Afrânio seguirá lembrando e dando continuidade ao
que filho morto diz: "Desde que sua mãe morreu eu não durmo. Não sei
porque, nem como, só não consigo fechar os olhos. Toda noite é isso.
Quando fecho os olhos, penso que eles nunca mais vão abrir. Penso que
dormir é como morrer por uma noite", falará o Saruê.
Martim dirá que o pai traduziu o que nem ele sabia que estava
sentindo. "Fiquei no colo dele até adormecer nos seu braços. Ele me
disse para não ter medo de morrer, porque...", vai se recordar o
fotógrafo, pausando aí. "Morrer era como dormir até o fim da vida",
completará o coronel. Nisso, ele ouvirá o apito do Gaiola. O capítulo
será encerrado com um close do desespero de Afrânio, gritando o nome do
filho.
MÁRCIA PEREIRA - Publicado em 12/09/2016, às 05h27
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