Entidade diz que a deliberação sobre o exame do caso do ex-presidente Lula foi só uma formalidade
Verificação. Segundo a ONU, nessa fase, como no caso de Lula, a entidade apenas examina se todos os documentos estão em ordem
GENEBRA, SUÍÇA. A
Organização das Nações Unidas (ONU) informou que a decisão relativa ao
exame do caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi uma
“formalidade” e que ainda não se pode afirmar que a entidade considerou
sua admissibilidade. Tal etapa apenas será realizada em 2017 ou mesmo em
2018. O julgamento completo do caso pode levar cinco anos.
Na quarta-feira (26), os advogados do
ex-presidente anunciaram em um comunicado à imprensa que o pedido de
abertura de processo para averiguar possível violação de garantias do
petista pelo Estado brasileiro foi registrado pelo órgão. No comunicado,
os advogados apontam que a ONU teria informado que o governo Michel
Temer teria dois meses para prestar “informações ou observações
relevantes à questão da admissibilidade da comunicação”.
Nessa quinta (27), em outro comunicado, a
ONU explicou que a decisão envolvia apenas um “registro” do caso. “Isso
não implica uma decisão nem sobre sua admissibilidade nem sobre mérito”,
indicou uma nota enviada pela porta-voz da entidade, Elizabeth
Throssell. “Significa apenas que o Comitê de Direitos Humanos olhará o
caso”, disse. Ela confirmou que a comunicação “agora foi enviada à
missão permanente do Brasil para que o Estado faça suas observações”.
Em um segundo comunicado emitido na quinta
(27), a ONU foi além. “Podemos confirmar que a ONU formalmente registrou
a petição submetida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva”,
disse Throssell. “O processo de registro é essencialmente uma
formalidade e não implica em nenhuma expressão ou decisão do Comitê
sobre a admissibilidade ou os méritos da queixa”, afirmou a porta-voz.
Segundo a ONU, 95% dos casos que chegam são registrados. Nessa fase, a entidade apenas examina se todos os documentos estão em mãos, se a pessoa de fato existe e se o país implicado pode ser julgado com base nos tratados.
Ainda conforme a organização, a
admissibilidade da queixa apenas será avaliada uma vez que a entidade
também tenha em mãos a defesa do Estado brasileiro.
Triplex. O
ministro Ribeiro Dantas, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou
nessa quinta (27) a reclamação da defesa do ex-presidente Lula contra
decisão do juiz Sérgio Moro.
Em setembro, Moro devolveu parte do processo
sobre o apartamento triplex, no Guarujá (SP), à Justiça de São Paulo.
Os advogados de Lula alegavam que Moro usurpou a competência do STJ ao
não suscitar conflito negativo de competência perante a Corte.
Dantas considerou correta a decisão judicial
de declinar da competência para Moro e facultar a possibilidade de
desmembramento da denúncia.
Queixa
Coerção. Em julho, após Lula ter
sido levado coercitivamente para depor pela força-tarefa da Lava Jato,
os advogados protocolaram uma queixa formal contra o Estado brasileiro.
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