INSS só chamou até agora pessoas com até 39 anos de idade
BRASÍLIA.
Dos 10.894 benefícios que já passaram no pente-fino promovido pelo
governo Temer em auxílios-doença pagos pela Previdência, 77,5% foram
cassados na data da realização do exame e 6,9% estão com o cancelamento
agendado, porque se verificou que a incapacidade não existia mais. A
estimativa de economia é de R$ 139,3 milhões por ano. Entre os
beneficiários que mantiveram algum tipo de repasse, 9,7% tiveram o
auxílio-doença transformado em aposentadoria por invalidez, 4,6%
receberam encaminhamento para reabilitação profissional e 1,3% passaram a
receber auxílio-acidente.
As fraudes saltaram aos olhos dos peritos em
diversos casos. Como o de um rapaz de 32 anos que entrou com pedido na
Justiça em 2011 alegando não conseguir trabalhar porque era epilético
desde os 5 anos de idade. No entanto, ele é servidor público estatutário
no interior do Ceará. Recebeu o auxílio-doença ilegalmente por cinco
anos. Um outro obteve o benefício na Justiça por retardo mental desde
2006, mas mantinha dois empregos registrados na Carteira de Trabalho e,
na perícia, não foi verificado qualquer problema de saúde.
Os números foram apresentados por Alberto
Beltrame, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento Social e
Agrário, ontem, no Planejamento. De acordo com ele, a taxa de 84,4% de
auxílios cancelados deve diminuir nos próximos lotes de cartas
convocatórias, porque a idade do público-alvo vai aumentando. No
primeiro lote, foram chamados os beneficiários com menos de 39 anos; no
segundo, até os 45.
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