Carimbão vê grande união partidária contra combate à corrupção
Davi Soares
Base
do governo tentou convencer Carimbão a votar pelo caixa dois: "Eu
disse: ‘Oxente, querem ficar na obscuridade?'" (Foto: Luis
Macedo/Câmara)
O deputado federal Givaldo Carimbão (PHS-AL) foi uma das vozes
responsáveis por evitar que se aprovasse, nesta quinta-feira (24), o
projeto das Dez Medidas Contra a Corrupção, com uma anistia para quem
praticou caixa dois em campanhas eleitorais. O alagoano alerta à
sociedade para a necessidade de reação contra a grande articulação
partidária formada no Congresso Nacional para desfigurar as propostas do
Projeto de Lei nº 4850/2016.
O líder do PHS na Câmara dos Deputados denunciou que a matéria seria
votada sem ter o texto finalizado. E lamentou que apenas seu partido o
PSOL, a Rede, PPS e o PTN defenderam efetivamente que a pressa das
grandes siglas contaminasse a aprovação das Dez Medidas propostas no
projeto de lei de iniciativa popular apoiado por 2,3 milhões de
brasileiros.
Para o alagoano Carimbão, somente a pressão popular, aliada à votação
nominal da matéria poderá dar à sociedade a segurança de que os
posicionamentos de seus representantes na Câmara Federal atenderão aos
objetivos de garantir um combate efetivo à corrupção no Brasil, em dar
margem à atuação parlamentar na obscuridade.
“Espero que a sociedade se mobilize. Porque há todo um trabalho de um
grupo para permanecer o caixa dois [sem ser criminalizado]. Há uma
grande mobilização, agora não sei se seguram no voto nominal. Incluíram a
não criminalização do caixa dois e não queriam votar nominalmente.
Nosso grande trunfo foi pedir o voto nominal. E será o trunfo contra
essa grande articulação para desfigurar o projeto”, disse Carimbão.
Governistas pressionaram
O deputado que também lidera a bancada católica disse ter resistido à
abordagem da base governista de Michel Temer (PMDB) para que mudasse de
ideia, ainda durante o debate desta quinta. Aos interlocutores do grupo
que quer livrar o caixa dois da criminalização, Carimbão disse ter
questionado o motivo de tentarem agir na obscuridade.
“Pessoal da base do governo me chamou e eu disse que não abro mão. Eu
disse: ‘Oxente, e ninguém quer assumir sua posição não, é? Não têm
coragem, não? Querem ficar na obscuridade, botam um partido como escudo,
mas não bota seu dedo, a sua posição?’. Aí conseguimos barrar. Foram só
31 votos e o PHS foi o fiel da balança”, disse o deputado, ao narrar a
batalha para o Diário do Poder.
Carimbão ainda observou a omissão de parlamentares que discordam da
posição partidária pela modificação das Dez Medidas, mas são voto
vencido. E atribui o adiamento da votação aos pedidos do PHS, da Rede,
do PSOL, do PPS e do PTN. “Todos os outros partidos estão fechados para
que o caixa dois continue a ser praticado”, concluiu.
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