"O número de recusas de entradas emitido para latino-americanos atingiu o maior nível em quatro anos", alertou a agência europeia que cuida das fronteiras
Em menos de um ano, o número de brasileiros barrados
nos aeroportos da Europa aumentou em mais de 60%, e as autoridades
europeias já lançam um alerta sobre a possibilidade de um novo fluxo de
migração irregular. Dados da Agência de Fronteiras da UE (Frontex)
indicam que, apenas no segundo trimestre de 2016, 945 brasileiros foram
impedidos de entrar no território europeu, dez por dia. Em 2015, 579
brasileiros foram barrados no mesmo período.
“O número de recusas de entradas emitido para latino-americanos
atingiu o maior nível em quatro anos”, alertou a Frontex no informe
trimestral aos governos. De acordo com os dados, a maior participação
nesse total latino-americano veio do Brasil e da Colômbia. Os aeroportos
principais de entrada foram os de Lisboa, Porto, Madri e Barcelona.
Dos 945 barrados, 269 não tinham documentos que justificassem a
permanência na Europa. Outros 140 não tinham visto de trabalho, enquanto
mais de 60 não conseguiram provar como se manteriam financeiramente.
Apenas 21 foram rejeitados por questão de segurança ou ameaça.
A Frontex não informou o que teria levado ao aumento no número de
brasileiros vetados, mas fontes da Comissão Europeia confirmaram que as
análises apontam dois fatores: recessão no Brasil e postos de fronteira
mais rígidos em toda a Europa.
Elevação — Em setembro, os índices de brasileiros
recusados nas fronteiras europeias chegavam ao mais alto nível desde
2011 e registravam, no primeiro trimestre de 2016, um dos mais elevados
aumentos entre todas as nacionalidades de estrangeiros. Nos três
primeiros meses de 2016, a Frontex havia somado 883 brasileiros
recusados.
Mas o fluxo cresceu ainda mais a partir do segundo trimestre,
colocando os brasileiros como a oitava nacionalidade mais barrada nas
fronteiras da Europa.
(Com Estadão Conteúdo)
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