Imagens feitas pela Polícia Federal revelam a fortuna do ex-governador do Rio
Joias valiosas estão na lista dos possíveis itens comprados com dinheiro de propina (Foto: Divulgação/Polícia Federal)
A Operação Calicute, nova fase da Lava Jato que prendeu o
ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB), apreendeu joias, relógios e
até uma lancha avaliada em R$ 5 milhões, cuja propriedade é atribuída ao
peemedebista.
Um relatório da Polícia Federal aponta que o ex-governador Sérgio
Cabral é dono de uma lancha avaliada em R$ 5 milhões e de um
helicóptero, vendido em julho deste ano. De acordo com o documento, a
lancha batizada de Mahattan Rio fica guardada na marina do Condomínio
Portobello, em Mangaratiba, na Costa Verde. Ali a família Cabral tem
casa de veraneio e costuma realizar festas e receber convidados. Um dos
eventos custou R$ 81.160.
A lancha está em nome de Paulo Fernando Magalhães, ex-assessor de Cabral, também preso nesta quinta-feira.
O
peemedebista foi preso em sua casa, no Leblon, zona sul do Rio. Contra o
ex-governador foram expedidos dois mandados de prisão: um da 7ª Vara
Federal Criminal do Rio de Janeiro e outro da 13ª Vara Federal Criminal
de Curitiba.
A investigação da força-tarefa do Ministério Público Federal apura
pagamento de vantagens indevidas a Sérgio Cabral, em decorrência do
contrato celebrado entre a Andrade Gutierrez e a Petrobrás, sobre as
obras de terraplanagem no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro
(Comperj). A força-tarefa da Lava Jato, no Rio, investiga corrupção na
contratação de diversas obras conduzidas no governo do peemedebista,
entre elas, a reforma do Maracanã para receber a Copa do Mundo de
futebol de 2014, o PAC Favelas e o Arco Metropolitano, financiadas ou
custeadas com recursos federais.
De acordo com a Procuradoria, apura-se, que, além das empreiteiras
Andrade Gutierrez e Carioca Engenharia, outras empresas consorciadas
para a execução das obras também teriam efetuado pagamentos de valores
solicitados a título de propina, em patamar preliminarmente estimado
em R$ 224 milhões.
Segundo a investigação da Lava Jato, o ex-governador do Rio
recebeu R$ 500 mil de mesada da Carioca Engenharia em seu segundo
mandato (2010-2014). No primeiro (2007-2010), R$ 200 mil. Já a Andrade
Gutierrez desembolsou R$ 350 mil em um ano. No total, a primeira empresa
pagou R$ 32,5 milhões em propina e a segunda, R$ 7,7 milhões, de 2007 a
2014.
Em algumas ocasiões, para não levantar suspeitas, foram feitos, além
de repasses em espécie, depósitos fracionados em contas de Cabral, de R$
10 mil.
A investigação da força-tarefa da Operação Lava Jato, no Rio, apontou
que a propina destinada ao ex-governador do Rio pagou R$ 1.070 em
cachorros-quentes para a festa do filho do peemedebista.
A mulher de Sérgio Cabral, a advogada Adriana Ancelmo foi conduzida
coercitivamente – quando o investigado é levado a depor e liberado –
nesta quinta. A Lava Jato, no Paraná, detalhou, no pedido de prisão do
ex-governador do Rio, pagamentos em dinheiro vivo feitos por
investigados ligados ao peemedebista. O Ministério Público Federal
apontou para um gasto de R$ 57.038,00 em seis vestidos de festa feito
pela advogada Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral e
ex-primeira-dama do Estado do Rio. (AE)
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