A segunda fase da 'Operação Darknet', que combate a rede de
distribuição de pornografia infantil na chamada 'Deep Web', foi
deflagrada, ontem, em 15 estados brasileiros, incluindo o Ceará. Os três
alvos cearenses estavam em Fortaleza e Itapipoca. Em todo o País foram
cumpridos 61 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão e ocorreram
15 prisões em flagrante. No Ceará não houve prisão preventiva ou em
flagrante. Todos os mandados cumpridos foram de busca e apreensão.
Segundo nota da PF, 300 policiais cumpriram as ordens judiciais no Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas
Gerais, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará,
Maranhão, Pará e Amazonas.
O superintendente da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, delegado
Elton Manzke, disse que a operação foi importante, dada a gravidade das
ações combatidas por ela. "Todos os crimes praticados devem ser
investigados, mas a pedofilia exige uma atuação mais rígida, mais firme
na sua repreensão e prevenção, diante da peculiaridade das condições das
vítimas, que são crianças e adolescentes. A investigação terá também
caráter pedagógico para aqueles que atuam, ou possam atuar nessa conduta
delituosa, extremamente grave", disse Manzke.
De acordo com a Polícia Federal, a 'Operação Darknet II' investiga a
participação de 67 pessoas na troca e distribuição de fotos e vídeos com
conteúdo pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. Durante as
investigações, a PF antecipou o cumprimento de sete ordens judiciais
para evitar o possível abuso sexual de crianças no Paraná, Rio de
Janeiro e Distrito Federal.
Desde a primeira fase da 'Operação Darknet', deflagrada no ano de 2014,
a Polícia Federal desenvolve uma metodologia de investigação com
ferramentas para identificar os usuários da 'Dark Web', considerado um
meio seguro de divulgação de conteúdos de forma anônima.
"A arquitetura desse ambiente impossibilita a identificação do ponto de
acesso (IP), ocultando o real usuário que acessa a rede. Poucas
polícias no mundo obtiveram êxito em investigações na Dark Web, como o
FBI, a Scotland Yard e a Polícia Federal Australiana", esclarece a PF.
O delegado Fernando Casarin, titular da Delegacia de Defesa
Institucional (Delinst) do Rio Grande do Sul, disse que as investigações
precisaram identificar conteúdos que não estão disponíveis nos
buscadores convencionais e produzir esta ferramenta de rastreio, que
identificasse quem acessava o material.
Resultados
Na primeira fase da 'Operação Darknet' foram cumpridos dois mandados de
busca e apreensão em Fortaleza e um em Beberibe. Em Juazeiro do Norte,
foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e um mandado de
prisão preventiva. Na residência do homem preso foi encontrado material
de pornografia infantojuvenil. Ele foi condenado, ainda em 2014, a mais
de 56 anos de prisão.
De acordo com a denúncia, no período de março a junho de 2014, o
condenado publicou e disponibilizou fotos e vídeos de crianças em
práticas sexuais ou aos libidinosos em fóruns na 'Deep Web'. As
investigações concluíram, ainda, que o envolvido abusava sexualmente de
pelo menos duas crianças, sendo que uma delas era submetida à violência
desde o ano de 2010.
Fonte: Diário do Nordeste
0 comentários:
Postar um comentário