Cinco jovens estão desaparecidos desde o dia 21 de outubro, quando saíram para ir a uma festa em Ribeirão Pires

Mãe de Jonathan, um dos jovens desaparecidos
desde sexta-feira, conversa com jornalistas em São Paulo, após reunião
com o secretário de Segurança Municipal, Mágino Alves Barbosa, sobre o
caso - 04/11/2016 (Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress)
A polícia encontrou cinco corpos na tarde deste domingo, em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, e investiga se são dos jovens da Zona Leste da capital que desapareceram há duas semanas, após terem saído de casa para ir a uma festa em Ribeirão Pires, também na região metropolitana.
O desaparecimento mobilizou o Comando de Operações Especiais (COE) da
Polícia Militar na busca dos jovens depois que uma comissão de mães foi
recebida, na sexta-feira, pelo secretário estadual da Segurança
Pública, Magino Alves.
Os
corpos foram localizados por um sitiante da zona rural de Mogi das
Cruzes. A área fica em uma plantação de eucaliptos na Serra do Mar e é
um conhecido local de desova de cadáveres. É um ponto de difícil acesso,
cortado por estradas de uso apenas para tratores. O cheio forte e a
presença de urubus chamaram a atenção dele. Chamada pelo sitiante, a
Polícia Militar encontrou os corpos enterrados no fundo de um barranco.
Havia cal jogado em cima das covas. No barranco, policiais recolheram
uma cápsula de espingarda calibre 12 e nove de pistolas calibre .40, de
uso restrito.
Embora estivessem em “avançado estado de decomposição”, segundo
informou a Secretaria Estadual da Segurança Pública, foi possível aos
policiais observarem que “um dos corpos estava com uma fralda
geriátrica”, disse o delegado José Alvarenga, do 2º Distrito Policial de
Mogi. Um dos jovens desaparecidos é cadeirante e usava fraldas.
Mais cedo, na manhã deste domingo, policiais estiveram na casa dos
jovens para pedir peças de roupas dos desaparecidos às famílias, segundo
informou o advogado Ariel de Castro Alves, membro do Conselho Estadual
de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), que acompanha o caso.
Elas seriam para auxiliar as equipes policiais que faziam as buscas.
O desaparecimento dos jovens, com idades entre 16 e 30 anos,
aconteceu após um deles ter se queixado para uma amiga, por meio do
aplicativo WhatsApp, de uma abordagem policial. Quatro deles iriam para
uma festa em um sítio de Ribeirão Pires, de uma menina que um dos amigos
havia conhecido pelo Facebook. O quinto desaparecido, um homem de 30
anos, havia sido contratado para levar os jovens à festa. Antes de
sumirem, eles também usaram o celular para pedir ajuda com o carro, um
Santana, que teria quebrado em Mauá. O carro foi localizado, sem as
chaves, em Ribeirão, dois dias após o sumiço dos rapazes. Um dos jovens
teria sofrido ameaças de parentes de um guarda-civil municipal de Santo
André, assassinado cerca de um mês atrás.
O registro da localização dos corpos foi feito pela Delegacia de
Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o
desaparecimento. Os cadáveres foram levados, em seguida, para o
Instituto Médico-Legal (IML) da capital. Os corpos passarão por exames
de identificação para a confirmação ou não se são dos jovens
desaparecidos ou se o caso se trata de outro crime.
Além do Condepe, o Ministério Público Estadual e a Defensoria Pública
do Estado também acompanham o caso. A Secretaria Estadual da Segurança
Pública informou neste domingo que não daria mais detalhes sobre a
ocorrência para não atrapalhar as investigações.
(Com Estadão Conteúdo)
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