Pontos de lixo aumentam e invadem ruas e avenidas na Capital Fortaleza

Com as atividades paralisadas há 18 dias, caçambeiros alegam o atraso no pagamento e cobram reajuste
Na Avenida Castelo Branco, a Leste-Oeste, a reportagem flagrou um trecho de aproximadamente 3km de lixo espalhado No canteiro central da vida; comerciantes reclamam que estão tendo de fechar as portas mais cedo devido à concentração de moscas levadas pelo vento ( Fotos: Nah Jereissati )
 
Com 18 dias sem a limpeza de ruas e avenidas realizadas por caçambeiros, moradores de vários bairros de Fortaleza estão sofrendo com o acúmulo de lixo no entorno de comércios e residências. O problema é causado devido à paralisação por atraso de pagamentos dos caçambeiros que prestam serviço de limpeza na Capital - recolhendo resíduos sólidos de pontos fixos de lixo e também de ruas onde é difícil o acesso dos caminhões de lixo. O lixo atrai moscas, ratos e baratas. O que chama atenção é que os resíduos estão dificultando até a travessia de pedestres e também o tráfego de veículos em algumas vias da cidade.

Na Avenida Presidente Castelo Branco (Leste-Oeste), o lixo é visto em um trajeto de mais de 3km no canteiro central da via. Comerciantes reclamam que estão tendo de fechar as portas mais cedo devido à concentração de moscas levadas pelo vento. Nas ruas do bairro, os resíduos estão espalhados até sobre as faixas de pedestres de alguns trechos da via.

Na Avenida Humberto Monte, localizada no bairro Amadeu Furtado, a situação é semelhante. Restos de obra, garrafas, pneus e restos de comida são encontrados no canteiro central da via. Lá, o lixo dificulta até mesmo o tráfego de bicicletas. A moradora Fabiana Alves conta que já viu quedas de vários ciclistas. "Eu sou uma que reclamo quando vejo alguém jogando lixo, mas simplesmente eles não escutam ninguém", conta a moradora da área.

No Centro da Capital, na Rua Joaquim Deodato, um antigo ponto de lixo, já conhecido da população, dobrou o acumulado de lixo. Os dejetos chegaram até a bloquear uma faixa da rua, impedindo a passagem de carros e motos. A catadora de lixo Silvia Lemos, que reside em um terreno abandonado naquela rua, diz que faz mais de duas semanas que ninguém aparece para limpar. "Eu tiro o material reciclável para vender. Mais ali tem comida, lixo de hospital e entulho", conta. Nos bairros Rodolfo Teófilo, Bela Vista e Damas cenários semelhantes são visto nas principais vias públicas.

No dia 28 de outubro deste ano, cerca de 90 caçambeiros, que abastecem as sete regionais de Fortaleza, paralisaram os serviços. Os motoristas chegaram a bloquear uma das vias que dão acesso ao Aterro Sanitário de Caucaia, próximo à BR-020, - que recebe o lixo da Capital - alegando atraso de quatro meses nos pagamentos. A paralisação, segundo a categoria, teve adesão de cerca de 35% da frota, que conta atualmente com 250 veículos.
 
Categoria
Conforme a Associação dos Caçambeiros de Fortaleza (ACFor), a categoria pede o acréscimo de R$ 8,00 no valor da carrada dos mutirões, que atualmente custa R$ 12,00. Além disso, o aumento da carrada dos caminhões de lixo, que custa hoje R$ 15,00, para R$ 21,00. Além do vale-alimentação de R$ 13,00.
A reportagem entrou em contato com a Ecofor Ambiental, responsável pelo serviço de limpeza de Fortaleza. Por meio de nota, a empresa informou que o pagamento dos profissionais da coleta especial urbana seria efetuado até o fim da noite de ontem. Referentes aos locais com lixo citados na matéria, a empresa afirmou que até terça-feira (22) a situação dos pontos de lixo será solucionada.

De acordo com o presidente da ACFor, José Augusto Eloy Júnior, uma promessa de pagamento está fechada para os garis, mas sem previsão para os caçambeiros. "Eles prometeram pagar até o fim do dia os garis. Os motoristas e o pessoal das caçambas ainda não consolidaram nada. Não adianta pagar gari sem caçamba". A preocupação do presidente é com os festejos de Natal e Ano Novo. "Está se aproximando as festas de fim de ano e o lixo é ainda mais nessa época", acrescentou.
 
ENQUETE
Quais problemas enfrentados nessa região?
"O lixo só aumenta aqui no Centro. Eles estavam vindo limpar até pouco tempo. Se você for ver aqui, tem rato e barata. Vêm umas caçambas de fora jogar lixo. Tem comerciante que falta jogar entulho na gente"
 
Cláudio Gonçalves
Catador
"As crianças estão doentes. A Leste-Oeste está suja do começo ao fim. A gente até observa os caçambeiros virem limpar, mas já está com umas duas semanas que não pisam aqui. É muito lixo"
 
Franciane Leite
Moradora
Sujeira 
Ponto fixo
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Na Rua Joaquim Deodato, no Centro da cidade um Antigo ponto de lixo, já conhecido da população, dobrou o acumulado de lixo
Pedestres
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Na Leste-Oeste, assim como em diversas outras vias, tanto a passagem de pedestres quanto o tráfego de veículos é dificultado pelo acúmulo de lixo
Calçada
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Na Rua Álvaro Martins, bairro Damas, o cenário é semelhante ao dos demais: a calçada abriga uma espécie de rampa para acolher os resíduos sólidos despejados

  Por João Lima Neto - Repórter
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Sobre jaguarverdade

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