Cuspe em Bolsonaro "macula" imagem da Câmara perante sociedade
André Brito
O relator do processo contra o deputado federal Jean Wyllys
(Psol-RJ) no Conselho de Ética, Ricardo Izar (PP-SP) recomendou a
suspensão do mandato do colega por 120 dias devido à cusparada contra
Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação do impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff.
Segundo Izar, Wyllys quebrou o decoro parlamentar por infringir
"deveres fundamentais", prejudicando a imagem não só do deputado, mas da
própria Câmara. "É inegável que o ato perpetrado pelo representado
possui natureza injuriosa, uma vez que macula a honra objetiva desta
Casa, no que diz respeito à reputaçnao e à respeitabilidade de um dos
Poderes da República perante a sociedade", diz o voto.
Na defesa, Wyllys não considera que o ato de cuspir em outro deputado
justifique uma punição, ou seja, trata-se de uma prática tida como
normal pelo deputado baiano eleito pelo Rio de Janeiro. À época, ele
disse ter sido insultado por Bolsonaro e, por isso, cuspiu e correu pelo
plenário.
Após a apresentação do relatório, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG)
pediu vista para analisar melhor o parecer antes de votar. Com isso, é
preciso esperar mais dois dias úteis para a votação na comissão, o que
pode adiar a votação para depois do recesso parlamentar.
Caso a suspensão seja aprovada pela Conselho de Ética, a decisão deve
ser referendada pelo plenário, tal como ocorreu com a cassação do
ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
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