Em encontro nos EUA, cientista da Nasa recomenda a construção de um foguete para interceptar possíveis asteroides ou cometas que possam atingir o planeta

Apesar de raros, asteroides potencialmente perigosos podem atingir a Terra e por em risco a humanidade (Thinkstock/VEJA)
Se um cometa ou asteroide
surpresa se aproximasse da Terra, a humanidade não estaria preparada
para barrá-lo. Esse foi o alerta dado pelo americano Joseph Nuth,
cientista da Nasa, durante o encontro anual da União Geofísica Americana
(AGU, sigla em inglês), nesta semana. A recomendação do pesquisador é
que a agência espacial americana construa o quanto antes, métodos para
desviar uma possível colisão, como um foguete capaz de interceptar um
provável asteroide ou uma espaçonave que nos vigie contra ameaças.
“O maior problema, basicamente, é que não
há absolutamente nada que possamos fazer a respeito desse assunto neste
momento”, afirmou Nuth no encontro, em um painel sobre como desviar
possíveis perigos cósmicos em direção à Terra.
O cientista afirmou que asteroides
grandes e potencialmente perigosos são extremamente raros (têm menos de
0,01% de chances de nos atingir nos próximos cem anos, segundo dados da Nasa), mas, por outro lado, quando eles surgem, podem provocar catástrofes, como o evento que levou à extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos.
A maior dificuldade, segundo Nuth, é o
tempo hábil que os cientistas teriam para planejar uma estratégia de
defesa. Para projetar e lançar uma espaçonave, são necessários cinco
anos. Nesse período, qualquer ameaça surpresa deixaria à humanidade à
beira de uma catástrofe. Uma opção, de acordo com o cientista, seria
construir um foguete e fazer testes periódicos, para que esteja sempre
pronto para funcionar. Com ele, a reação poderia ser mais ágil e eficaz.
Nos últimos anos, a Nasa descobriu 15.342 objetos próximos à Terra (Near
Earth Objects ou NEO, na sigla em inglês), sendo que 874 têm diâmetro
de mais de um quilômetro, tamanho que poderia causar uma grande
devastação no planeta. Nem todos são perigosos ou possuem rotas de
colisão com a Terra, mas o número total inclui também 1.748 “asteroides potencialmente perigosos”, com mais de 140 metros de diâmetro ou com órbitas que passam perto de nós.
Para impedir o asteroide
Apesar de não existir qualquer estratégia
de defesa contra as ameaças vindas do espaço, a Nasa está tentando
desenhar estratégias para barrar a colisão de possível asteroide. Um dos
objetivos da sonda Osiris-REx,
que foi lançada em setembro deste ano, é coletar informações sobre o
asteroide Bennu – que possui uma possibilidade em 2.500 de colidir com
nosso planeta no século XXII.
A sonda, que está programada para chegar
ao asteroide em 2018, colher amostras em 2020, e retornar à Terra em
2023, deve dar aos cientistas algumas pistas sobre a composição e órbita
dos asteroides, grandes corpos rochosos que vagam pelas galáxias. Para
criar uma estratégia de defesa, é necessário conhecer detalhes desses
corpos celestes, e as informações trazidas pela missão serão fundamentais.
Outra ação dos astrônomos para impedir
possíveis colisões é vasculhar nossa vizinhança em busca de objetos
próximos à Terra. No hemisfério Sul, esse trabalho é feito no Brasil,
pelo observatório Sonear,
composto por um trio de astrônomos amadores. Localizado em Oliveira,
uma cidade da 12 quilômetros de Belo Horizonte, o observatório faz fotos
do céu à noite e as analisa durante o dia. Foi assim que descobriram cometas e asteroides passando próximo a nós.
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