Já se vão mais de três meses desde que Felipe Massa anunciou que estava
deixando a Fórmula 1 ao final da temporada de 2016. Mas a chance de que
o piloto retorne à categoria já no ano que vem é grande: a Williams
pediu que o brasileiro reconsidere sua decisão para ocupar o lugar de
Valtteri Bottas, que deve ir para a Mercedes em 2017, na vaga aberta
pela saída surpreendente do campeão Nico Rosberg.
O UOL Esporte
apurou que Massa, que está vindo ao Brasil de férias, deve responder
nos próximos dias ao convite da Williams, que vem com uma polpuda oferta
financeira. O time inglês ganhou poder de barganha com a negociação
envolvendo Bottas, o único real candidato à vaga de Rosberg, uma vez que
a grande maioria dos pilotos tem contratos firmados para 2017 e a
Mercedes não quer contratar um piloto inexperiente, como o membro do
programa de desenvolvimento, Pascal Wehrlein, para dividir o time com
Lewis Hamilton. A Mercedes já divulgou que só vai anunciar o novo de seu
novo piloto após o Ano Novo.
A própria chefe de equipe Claire
Williams admitiu que só vai liberar a saída de Bottas caso tenha uma boa
opção disponível no mercado e citou especificamente Massa."Só
permitiremos a saída de Valtteri (Bottas) se uma alternativa experiente e
com credibilidade estiver disponível, alguém como Felipe Massa, por
exemplo", disse em entrevista à BBC.
A Williams concordou em
liberar Bottas com duas condições: um significativo desconto, que pode
chegar a ser total, nas unidades de potência fornecidas pela Mercedes, e
a necessidade de contar com um piloto mais rodado, o que também excluiu
a possibilidade de Wehrlein ir ao time de Grove. A preocupação é
compreensível: a Fórmula 1 passará por uma extensa mudança de
regulamento em 2017 e o time tem no outro carro um estreante, Lance
Stroll, de 18 anos.
Terceiro convite para voltar
A chance de ter de volta sua vaga no grid não é a primeira proposta que
Massa recebe do mundo da Fórmula 1. O piloto tinha acordo para atuar
como comentarista em TVs europeias em algumas etapas em 2017. E já teve
pelo menos mais um convite para manter o vínculo com o esporte:
tornar-se um comissário da Federação Internacional de Automobilismo e
julgar as ações dos pilotos na pista.
O convite veio do próprio presidente da FIA, Jean Todt. "Ele quer, já veio me perguntar!", contou em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
"Disse que quer eu eu me torne comissário, que eu vá nas corridas. Mas
não sei se é o que eu quero fazer. Sem dúvida, eu posso fazer alguma
coisa com a FIA, ajudar na campanha por segurança nas estradas. Isso
seria um grande prazer. Mas comissário eu não sei não."
O temor
do brasileiro em assumir o posto é justificável. A cada corrida, a FIA
seleciona um ex-piloto para participar do grupo que decide sobre
punições - e o próprio Massa foi um dos que criticaram posturas tomadas
por eles, que estão constantemente sob a mira dos pilotos.
Mesmo não aceitando o último convite de Todt, Massa faz questão de ressaltar a importância do ex-chefe da Ferrari em sua carreira.
Mesmo não aceitando o último convite de Todt, Massa faz questão de ressaltar a importância do ex-chefe da Ferrari em sua carreira.
"Eu tive
muitas oportunidades na minha carreira, e a pessoa que mais me deu
oportunidades na Fórmula 1 foi o Jean Todt. Quando eu tive a chance de
assinar um contrato com a Ferrari quando eu nem corria na categoria, foi
através dele", lembrou o piloto, que ainda estava na F-3000 quando
assinou seu primeiro acordo com a Scuderia.
"Ele é uma pessoa
muito especial para mim, que eu trato como um segundo pai - e o filho
dele [seu empresário, Nicolas Todt] já trabalha comigo há muito tempo e
também o vejo como um irmão. É como se fosse minha segunda família."
Atualmente, Todt não costuma dar pitacos na Fórmula 1 em si, mas no
caso da transação de Mercedes e Williams, quem está muito interessado no
desfecho é o promotor Bernie Ecclestone, que já declarou publicamente
que os torcedores "nem comprariam ingressos" para a próxima temporada
caso Hamilton tenha um campeonato muito mais fácil ano que vem. Isso
porque, segundo o dirigente, mesmo com a mudança de regulamento a
Mercedes vai continuar dominando e o inglês venceria as corridas com
demasiada facilidade.
Julianne Cerasoli
Do UOL, em São Paulo
0 comentários:
Postar um comentário