Do UOL, em São Paulo

O senador e ex-jogador de futebol Romário, 51, disse em entrevista ao Fantástico veiculada neste domingo (29) que fez a interposição ileal, uma cirurgia que não é aprovada pelo CFM
(Conselho Federal de Medicina), ciente do risco de vida que corria com o
procedimento. Ao menos sete pessoas morreram após a realização do
procedimento cirúrgico.
Romário disse que descobriu o diabetes tipo 2 há seis anos, e a doença estaria sem controle nos últimos cinco meses.
"Eu sabia de tudo. Tudo o que eu fiz foi bastante consciente. Li muito
sobre isso, conversei muito sobre isso", disse. "Cada pessoa reage de
uma forma. Meus sentimentos às famílias que perderam os seus entes
queridos, mas eu penso diferente e só posso falar por mim", afirmou
Romário. "Hoje eu sou um cara mais saudável do que há dois meses",
afirma o ex-jogador, que foi operado em novembro pelo médico Áureo
Ludovico de Paula.
Segundo o advogado Marcelo Di Rezende, que
representa duas famílias contra Ludovico de Paula, somente em Goiás sete
pessoas morreram e oito ficaram com sequelas em decorrência da
cirurgia.
Consultada pelo programa, a médica Lívia Lugarinho
Correia, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, afirmou que como o
procedimento ainda está em fase experimental, não poderia ter sido
cobrado e deveria estar vinculado ao comitê de ética de alguma
instituição envolvida em pesquisas. Romário confirmou que pagou ao
médico, que está envolvido em três processos no comitê de ética do CFM.
O programa diz ainda que Ludovico de Paula enfrenta também uma ação
civil do Ministério Público Federal na Justiça, que pede a proibição da
cirurgia, e três processos na Justiça comum por danos morais, materiais e
estéticos.
O médico disse ao Fantástico que o
procedimento é extremamente seguro. "Pondera-se no entanto que existem
riscos inerentes a qualquer procedimento e os riscos inerentes ao
próximo estado do diabetes", afirmou Ludovico de Paula.
O diabetes tipo 2 surge quando o organismo não consegue usar a insulina
que produz de forma adequada, ou produz insulina insuficiente para
controlar a glicemia. A doença se manifesta na idade adulta por uma
junção de predisposição genética, sedentarismo, obesidade e má
alimentação.
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