O produto foi classificado com risco máximo pela agência e foi tirado de circulação na segunda-feira

O implante de níquel e titânio é introduzido
nas tubas uterinas, provocando uma reação que obstrui as trompas em 90
dias e impede que a mulher engravide (Bayer/Divulgação)
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou esta segunda-feira um comunicado
que determina a suspensão do anticoncepcional Sistema Essure, registrado
pela empresa Commed Produtos Hospitalares e fabricado pelo grupo alemão
Bayer. Segundo o órgão do governo, relatórios técnico-científicos
revelaram que o contraceptivo pode “provocar alterações no sangramento
menstrual, gravidez indesejada, dor crônica, perfuração e migração do
dispositivo, alergia e sensibilidade ou reações do tipo imune” e, por
isso, foi classificado como de risco máximo. Com a nova resolução, a
importação, distribuição e comercialização do produto fica proibida em
todo o território nacional.
Efeitos colaterais
O produto foi lançado com a promessa de
ser o método contraceptivo permanente mais eficaz disponível no mercado.
O sistema consiste em um dispositivo de titânio e níquel que é
implantado no primeiro terço da tuba uterina, expandindo-se ao ser
liberado e provocando uma reação na qual as trompas são completamente
obstruídas em 90 dias.
Segundo os desenvolvedores, estudos
clínicos demonstraram que, em cinco anos de acompanhamento, nenhuma
gravidez indesejada foi registrada com o uso de Essure e, em seis meses,
nenhuma abertura do implante foi observada. Porém, no portal oficial do produto,
um aviso aparece em destaque alertando que algumas usuárias podem
apresentar “eventos adversos” semelhantes aos descritos pela Anvisa. Em
alguns países, como a França e os Estados Unidos, mulheres que
recorreram ao procedimento também alegaram ter efeitos colaterais
semelhantes após a aplicação.
Segurança comprovada
A assessoria de imprensa da Commed
informou a VEJA que a comerciante foi “surpreendida” pela decisão da
Anvisa, uma vez que o contraceptivo estava aprovado desde 2009 no Brasil
e teve sua “eficácia e segurança comprovadas por inúmeros estudos
nacionais e internacionais”. Em nota, a empresa afirma que está apurando
junto às autoridades os motivos que levaram à suspensão do produto.
A Bayer, fabricante do Essure, também foi procurada. Porém, até o momento desta publicação, não havia se manifestado.
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