Presidente reeleito trocou mensagens com Leo Pinheiro (OAS)
Investigação
é baseada em mensagens trocadas entre o presidente da Câmara e o
empresário Léo Pinheiro, dono da OAS, sobre uma doação de campanha em
2014 (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)
O presidente reeleito da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é alvo de
um inquérito sigiloso no Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido de
investigação partiu da Procuradoria-Geral da República (PGR), baseado em
mensagens trocadas entre Maia e o empresário Léo Pinheiro, ex-executivo
da OAS, sobre uma doação de campanha em 2014. Como não houve doação
oficial registrada, a procuradoria suspeitou de caixa 2. O procedimento
chegou oculto no STF no meio do ano passado e não é possível saber em
que fase está a investigação.
Rodrigo Maia foi citado no anexo da delação do ex-diretor de relações
institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho à força-tarefa da Lava
Jato, vazado em dezembro. Melo contou que, em 2013, pediu a Maia que
acompanhasse a tramitação de uma medida provisória que dava incentivos a
produtores de etanol e interessava a empreiteira.
“Durante a fase final da aprovação da MP 613, o deputado, a quem eu
pedi apoio para acompanhar a tramitação, aproveitou a oportunidade e
alegou que ainda havia pendências da campanha de prefeito do Rio de
Janeiro em 2012. Solicitou-me uma contribuição e decidi contribuir com o
valor aproximado de R$ 100 mil, que foi pago no início do mês de
outubro de 2013”, afirmou.
Melo também falou que o deputado lhe pediu uma doação de R$ 500 mil
em 2010. “O deputado me pediu e transmiti a solicitação a Benedicto
Júnior. Sei que o pagamento, no valor de R$ 500.000,00, foi atendido sob
a condução de João Borba”, disse o delator.
Quando o conteúdo da delação foi vazado, Maia afirmou que todas as
doações recebidas foram legais e declaradas ao TSE e disse que nunca
recebeu vantagem indevida para voltar qualquer matéria na Casa.
Ele também foi alvo de uma condenação eleitoral, pois era presidente
do Diretório Nacional do DEM em 2010, quando as contas do partido foram
rejeitadas. O partido foi condenado a restituir R$ 4,9 milhões aos
cofres públicos e teve suspensos repasses de cotas do fundo partidário
por três meses, mas o parlamentar não sofreu punição.
0 comentários:
Postar um comentário