André Dusek/Estadão Conteúdo
Foro privilegiado não pode ser 'suruba selecionada', afirma Jucá

O líder do governo no Congresso, senador Romero Jucá (PMDB-RR), pediu desculpas nesta terça-feira, 21, por ter usado o termo "suruba selecionada" ao se referir à proposta de restringir o foro privilegiado
para processos judiciais envolvendo agentes públicos. "Se acabar o
foro, é para todo mundo. Suruba é suruba. Aí é todo mundo na suruba, não
uma suruba selecionada", disse na segunda-feira, 20, o peemedebista em
entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo".
A afirmação de Jucá
- investigado na Operação Lava Jato - foi uma reação à proposta em
debate no Supremo Tribunal Federal (STF) de restringir o alcance da
prerrogativa dos políticos ao mandato em exercício. Caso a medida
avance, o peemedebista defende abranger integrantes do Judiciário e do
Ministério Público. A proposta em discussão é que o direito só valha
para denúncias de crimes praticados durante o exercício do mandato.
Na entrevista desta terça-feira, o senador repetiu que a redução do
foro não poderia valer só para o Legislativo. Mas afirmou que ontem sua
declaração fora retirada de contexto. Alegou haver citado a música da
banda Mamonas Assassinas, Vira-vira, para fazer referência ao termo
suruba, mas que a reportagem não registrou tal fato.
Contudo, na
entrevista feita ontem pelo Broadcast Político, serviço de notícias em
tempo real do Grupo Estado, que foi integralmente gravada e presenciada
por outras pessoas, o senador não fez qualquer referência à música dos
Mamonas.
Primeiro, o senador falou em "suruba" para criticar a
possibilidade de o foro ser restrito apenas a quem tenha mandato
eletivo. Depois, ressaltou que o Supremo ainda vai decidir se caberá à
própria Corte alterar a interpretação do foro ou apenas por meio de uma
mudança na Constituição pelo Legislativo. "Não é coisa de curto prazo,
para amanhã", disse.

Em Brasília
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