Pedro Ladeira/Folhapress | ||
Moreira Franco vai comandar a Secretaria-Geral da Presidência da República |
Na mesma semana em que o STF (Supremo Tribunal Federal) homologou 77
delações premiadas da Odebrecht, o presidente Michel Temer concedeu
status de ministro a Moreira Franco, um dos seus principais conselheiros
e aliados.
Hoje secretário-executivo do PPI (Programa de Parcerias em Investimentos), o peemedebista passa agora a ter foro privilegiado e só pode ser julgado pela Suprema Corte.
Ele foi citado 34 vezes na delação premiada
de Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente de Relações Institucionais da
Odebrecht, que o acusou de ter recebido dinheiro para defender os
interesses da empreiteira. O peemedebista, apelidado de "angorá" na
delação premiada, nega irregularidades.
O novo ministro comandará a recém-criada Secretaria Geral da Presidência
da República, que havia sido extinta em 2015 pela ex-presidente Dilma
Rousseff. A estrutura abrigará, além do PPI, as secretarias de
comunicação e administração e o cerimonial, antes vinculados à Casa
Civil e à Secretaria de Governo.
A nomeação de Moreira ocorre no rastro de uma reforma ministerial
anunciada pelo Palácio do Planalto. Em um contraponto ao compromisso
feito no início do governo peemedebista de redução da Esplanada dos
Ministérios, o número de pastas aumentou de 26 para 28, quatro a menos
do total herdado pelo governo Dilma Rousseff.
As mudanças também aumentaram o espaço do PSDB, principal aliado da
gestão peemedebista, na máquina pública. Com a ameaça de deixar o
governo federal para a eleição presidencial de 2018, o partido passou a
acumular cinco pastas, uma a menos que o PMDB.
Além da Secretaria Geral, o presidente recriou também o Ministério dos
Direitos Humanos, que havia sido extinto pelo próprio peemedebista
quando assumiu o Palácio do Planalto, em maio do ano passado.
A pasta será comandada pela desembargadora aposentada Luislinda Valois, filiada ao PSDB e que exercia o cargo de secretária de Promoção da Igualdade Racial, estrutura subordinada ao Ministério da Justiça.
Como já havia indicado, o presidente assinou ainda a nomeação do deputado federal Antonio Imbassahy (PSDB-BA) para a Secretaria de Governo. Ele ocupará o cargo vago desde a saída, no ano passado, de Geddel Vieira Lima, do PMDB.
Os três novos ministros tomarão posse nesta sexta-feira (3), no Palácio
do Planalto, e as nomeações serão publicadas no Diário Oficial da União.
Sob pressão da "bancada da bala" na Câmara dos Deputados, Temer também
alterou o nome do Ministério da Justiça, que passou a se chamar
Ministério da Justiça e da Segurança Pública, que continuará sob o
comando de Alexandre de Moraes.
Em meio à crise penitenciário, no mês passado, deputados federais
ligados à área de Segurança Pública defenderam ao presidente a criação
de uma estrutura destinada apenas à Segurança Pública.
GUSTAVO URIBE
DE BRASÍLIA
DE BRASÍLIA
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