Muita gente se comoveu com a história da jovem Heloisa Santos, 11
anos, que quase morreu depois de ser picada por um inseto em sua casa,
no conjunto Sonho Meu, em Umuarama, no dia 31 de janeiro. Ela sofreu uma
reação alérgica grave, que poderia ter levado à morte.
Heloísa teve um choque anafilático, ou choque séptico, que é uma
reação alérgica grave ao veneno do inseto, que atingiu todo o corpo.
Órgãos como coração, pulmões, rins e fígado foram comprometidos.
“Por sorte ela foi atendida rapidamente e os profissionais de saúde
realizaram as manobras corretas para conter o choque anafilático”, disse
o médico Reinaldo de Souza (CRM-PR 25568), que atende alergia e
imunologia.
A garotinha foi transferida em estado gravíssimo para o Hospital
Universitário de Maringá, onde ficou internada na Unidade de Terapia
Intensiva por mais de 20 dias e, graças aos inúmeros esforços médicos e a
fé de amigos e familiares ela se recuperou.
Heloísa ficou cerca de 20 dias na UTI depois de ser picada por um inseto
“O caso da Heloísa não é incomum. Milhares de pessoas apresentam
alergia a picadas de insetos. Na maioria dos casos, a alergia provoca
coceiras, vermelhidão e incômodo, mas não são raros casos que provocam
choque anafilático”, comenta o médico.
Nem Heloísa, nem os médicos souberam precisar qual foi o inseto que
picou a menina. “Contudo, as reações que teve indicam que é extremamente
alérgica. Pode ter sido um marimbondo, abelha ou até mesmo um
formigão”, destacou o doutor Reinaldo.
Para quem é alérgico, a picada de uma formiga pode provocar reações terríveis e até matar
Cuidado, perigo!
Marimbondos, algumas espécies de formigas, vespas e, principalmente
abelhas estão na lista dos insetos que mais causam reações alérgicas
fatais.
As abelhas são os insetos que mais matam no Brasil
No Brasil, cerca de 15 mil casos de picadas de abelhas são
registrados todos os anos. Em média, 150 pessoas morrem por choque
anafilático provocado por picadas de insetos todo os anos no país.
Milhares podem ter complicações e o estado geral de saúde afetado, como
aconteceu com a pequena Heloísa.
“Uma pessoa não-alérgica pode tolerar até 10 picadas de abelha por
meio quilo de peso corporal, já as crianças são muito mais sensíveis.
Contudo, uma pessoa alérgica, seja adulto ou criança, uma picada apenas
pode levar à morte”, diz o alerta que atende alergia e imunologia.
A picada de marimbondos e vespas também causam reações alérgicas graves
“O organismo interpreta o veneno da picada como um inimigo. O
organismo forma anticorpos para combater esse inimigo produzindo uma
reação exagerada e inadequada”, destaca.
Deve-se ficar atento às reações. Segundo o doutor Reinaldo, os
primeiros sintomas são inchaço no local da picada e coceira por todo o
corpo.
Inchaço
nos lábios, boca azulada e falta de ar são alguns sintomas do choque
anafilático. O serviço de emergência deve ser acionado imediatamente
“Falta de ar, inchaço nos olhos, nos lábios e boca azulada podem ser
outros sinais de que a pessoa está sofrendo um choque anafilático. Deve
se procurar um serviço de emergência imediatamente. O tempo em que a
reação irá se manifestar vai depender de cada organismo, em casos mais
letais, a reação pode provocar a morte em minutos”, ressalta.
Inchaço e vermelhidão pelo corpo são uma reações comuns da alergia a picada de insetos
PREVENÇÃO
Análises de sangue e testes na pele podem identificar as alergias a
insetos. “Quando a alergia é identificada, o paciente pode tomar certos
cuidados e evitar a proximidade com os insetos”, diz o médico.
Segundo ele, as pesquisas no campo da imunologia estão muito
avançadas e já existem no mercado alguns tipos de vacinas contra a
picada de abelhas.
O
ideal é procurar um imunologista ainda na infância e realizar testes e
exames para comprovar a alergia. A melhor prevenção é seguir as
recomendações médicas
As vacinas são aplicadas no consultório médico, mas devem ser
encomendadas previamente. “O ideal é fazer uma consulta e exames que
indiquem a quais insetos o paciente é alérgico. A melhor prevenção é
seguir as recomendações médicas”, destaca o doutor Reinaldo.
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