Era como a quadrilha se referia ao ex-governador Sergio Cabral
Em um dos esquemas de lavagem de dinheiro atribuídos pela
Procuradoria da República ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o
peemedebista era o “patrão”. Um dos delatores da Operação Calicute, o
empresário Adriano José Reis Martins, dono de concessionárias de carro,
detalhou ao Ministério Público Federal como “esquentou” dinheiro em
espécie para Sérgio Cabral entre 2007 e 2014.
O ex-governador está preso desde novembro de 2016 em Bangu 8. O
esquema de lavagem de dinheiro por meio das concessionárias de Martins é
alvo da quinta denúncia da Procuradoria contra o peemedebista. Sérgio
Cabral e seus aliados já são réus em três ações penais na Justiça
Federal no Rio e em uma ação na Justiça Federal no Paraná.
Martins relatou que “foi procurado em 2006 por Ary Ferreira da Costa
Filho (‘Aryzinho’), que informou que, a pedido de Sérgio Cabral
(‘patrão’), deveria fazer pagamentos a empresa Gralc’, ligada a Carlos
Miranda, este apontado como o ‘homem da mala’ do peemedebista. Teriam
sido pagos R$ 3,4 milhões à Gralc a título de consultoria”.
Ary era servidor da Secretaria de Estado da Fazenda do Rio, cedido à
Secretaria da Casa Civil e foi exonerado em 6 de dezembro de 2016.
Aryzinho foi preso em fevereiro na Operação Mascate, desdobramento da
Calicute, que prendeu Sérgio Cabral.
O delator disse que “atendeu o pedido, haja vista que não teria
qualquer prejuízo com a operação, bem como poderia manter um bom
relacionamento com o Governo Estadual”. Segundo o delator, não houve
prestação de serviço.
“Os valores em espécie e a nota fiscal eram entregues em mochilas
pelo próprio Ary ao depoente mensalmente; que quando não eram entregues
mensalmente eram entregues posteriormente, mas sempre com uma
periodicidade”, relatou. “A partir de 2014 as entregas de dinheiro em
espécie e notas fiscais pararam de ocorrer.”
A defesa de Sérgio Cabral não retornou ao contato da reportagem. O
advogado Julio Cezar Leitão, que defende Ary Ferreira da Costa Filho,
informou que vai se manifestar nos autos.
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