Crianças
estão sendo internadas em UTIs com lesões graves na pele
Por Estadão Conteúdo
As lesões
também podem manifestar-se em crianças maiores e em adultos
Bebês
infectados pela chikungunya no Ceará têm manifestado sintoma diferente dos
normalmente relatados entre as vítimas, como febre, dores nas articulações e
pequenas bolhas na pele. A Sociedade Cearense de Pediatria (Socep) alerta que
as crianças estão sendo internadas em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com
lesões graves na pele, semelhante a queimaduras causadas pelo sol.
A descrição
do novo sintoma foi feita pelo médico infectologista Robério Dias Leite,
presidente do Departamento Científico de Infectologia da Socep, que observou o
problema em seus pacientes e elaborou um documento, emitido pela entidade, com
orientações para o reconhecimento das lesões.
O objetivo,
explica o médico, é adotar medidas de proteção específicas para os bebês,
especialmente os que têm até 6 meses de idade. De acordo com ele, o surgimento
dessas bolhas em crianças pequenas torna necessário o tratamento em centros
especializados, dotados de UTIs. Ainda segundo Leite, há relatos semelhantes
feitos na Ásia e no Caribe.
O infectologista
afirma que o motivo da relação ainda é desconhecido. "Mas, como estamos
enfrentando um quadro de epidemia no Ceará, é preciso fazer o alerta para
evitar a morte desses bebês", explica Leite.
As lesões
também podem manifestar-se em crianças maiores e em adultos. A preocupação com
os bebês pequenos, no entanto, é maior porque a queimadura pode ocorrer de
forma ainda mais agressiva. "O que mais preocupa, sobretudo nos bebês
menores de 6 meses, é a disseminação dessas bolhas."
Como medida
de proteção à doença, Leite recomenda aos pais que usem mosquiteiros (véus de
proteção no berço ou na cama), já que o uso de repelentes está contraindicado
para menores de seis meses. Para crianças acima dessa faixa etária, além dos
mosquiteiros, é necessário o repelente.
Queda de
registros
Dados
divulgados no início do mês pelo Ministério da Saúde indicam queda de registros
no País de dengue, zika e chikungunya - transmitidas pelo Aedes aegypti. Até 15
de abril, o número de casos suspeitos de dengue caiu 90% em relação ao mesmo
período de 2016, de chikungunya, 68%, e de zika, 45%.
Neste ano, o
Ceará já apontou 1.867 casos de chikungunya - mais da metade em Fortaleza - e
cinco mortes, entre elas a de um bebê com dez dias.

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