Um assunto
tem causado muita repercussão na cidade de Jaguaruana e principalmente na
comunidade do Bairro Alto onde fica localizada a Associação Comunitária
Monsenhor Du Céu, ao qual não sei por completo o nome do Presidente, mas é
conhecido por Vanderlan. Chegou ao nosso conhecimento, através de populares,
que esse cidadão estaria querendo barrar o uso do prédio, que é comunitário e é
usado para ser usado como sede da instituição, para algumas ações que sempre
foram realizadas no mesmo, independente de época. Segundo alguns comentários, o
mesmo teria dito que a Associação só estava servindo para receber velórios e
também para acolher pessoas que, viajam de Fortaleza para cá, em época de
festejos religiosos, e, segundo o que me repassaram, ele não estava achando isso
certo.
Na manhã
desta Quarta Feira (05) de Julho, fomos procurados por diversos moradores da
comunidade do Bairro do Alto, chateados com esses comentários, que segundo temos
informações, são propagados pelo Presidente da Associação. Antes de expor a
indignação de alguns moradores a respeito desse assunto que se comenta na
comunidade, quero fazer um breve relato de como foi à construção daquele prédio
que tem de nome oficial, SALÃO COMUNITÁRIO MONSENHOR ALUÍZIO, nome esse dado
pelo saudoso Padre du Céu.
Tudo começou
no início dos anos 80 quando o Vigário de Jaguaruana, na época, nosso saudoso
Padre du Céu doou o terreno para que fosse construído um prédio que servisse
para realização de trabalhos comunitários, iniciava-se ali, naquele ano, uma
grande batalha. Depois do terreno doado, recordo-me muito bem que a Irmã
Dionísia juntamente com várias pessoas do bairro saiu às ruas de nossa cidade a
pedir doações para que se conseguisse algum material de construção e assim foi
feito. A Jacerama deu parte dos tijolos, comerciantes da cidade doaram cal e
areia, pois naquela época não se falava em cimento e os moradores se empenharam
na mão de obra com o auxílio de alguns agricultores que doaram as carnaúbas
para coberta. Não me recordo quantos tempo demorou para que o prédio ficasse
pronto para servir a comunidade, mas sei que foram vários anos de luta para que
isso acontecesse.
Depois de
levantado, coberto e com as portas, o Salão que ganhou o nome de Salão
Comunitário Monsenhor Aluísio, em homenagem ao antigo Vigário de Jaguaruana,
começou a receber os trabalhos comunitários como catecismo, celebrações de terços
e até mesmo serviu de escola na gestão do Ex Prefeito Raimundo Francisco. Em
meados da década de 80 chegou a nossa comunidade uma senhora de nome Moneide,
filha do saudoso João Guilherme, ela não veio para morar, mas ao conhecer os
trabalhos que eram realizados na comunidade, a mesma se sensibilizou e ajudou
bastante para que o prédio fosse rebocado. Nessa época, o Salão Comunitário
Monsenhor Aluízio, ganharia uma divisória e com isso uma sala que levou o nome
da senhora Adélia Valente, uma religiosa que não perdia um terço ou qualquer
celebração que acontecesse no bairro.
Diante a
esse pequeno relato e faço isso com a propriedade que tenho de 44 anos vivido
nessa comunidade e que em muitos desses momentos eu estava presente, deixo aqui
uma indagação. É correto isso que estão querendo fazer com a comunidade do
Bairro do Alto? Uma pessoa ou uma diretoria de uma associação querer apagar uma
história de quase 40 anos, por achar ou acreditar que o prédio que,
caridosamente, acolhe a Associação ao qual o mesmo Preside e que em outras
épocas, também acolheu a outras Associações que existiram no passado, isso é no
mínimo revoltante, principalmente para aqueles que conhecem a história e sabe
como foi à luta.
Hoje pela
manhã ao ser procurados por populares que nasceram e se criaram indo noites e
noites fazer suas orações religiosas e também por familiares que, todos os
anos, tem o prazer de ver seus entes queridos que moram em outras cidades, ver
agora, por causa de uma opinião ou uma vontade de uma pessoa que nunca
contribuiu com um palito de fósforo para o crescimento desta comunidade, hoje,
querer se denominar o senhor dos anéis, ou seja, se apropriar do que não lhe
pertence. É lamentável uma comunidade que tem mais de 50 anos de existência,
composta, em sua grande maioria, por pessoas que nasceram, se criaram e que,
muitos, já viram seus pais e avós partirem, hoje ficar a mercê de uma vontade
de gente desse tipo.
Como cidadão
que sou aqui desta comunidade, por mais que alguém goste ou não do meu jeito de
ser, acredite, não deixaremos que o único prédio comunitário que temos em nossa
comunidade e que foi construído com o trabalho e a ajuda dos moradores do nosso
querido Bairro Alto, não se transforme em um curral que adentre nele, apenas
que o senhor Presidente ou sua diretoria entendam que devem entrar. O salão
Comunitário Monsenhor Aluízio que abriga nos dias atuais a Associação
Comunitária Monsenhor Du Cé, como já abrigou muitas outras, sempre teve, hoje
tem e sempre vai continuar tendo um dono e esse dono é a comunidade. Não se
esqueçam disso e ao tentar fechar a porta para um ente querido deste Bairro,
seja vivo, ou seja, morto, é bom repensar, pois o que é público, seja
comunitário ou não, é do povo. Pensem nisso.
Por Manoel
Martins de Almeida Junior
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