Chikungunya: 95% dos bairros de Fortaleza vive epidemia.

Dos 119 bairros da Capital, 63 apresentam incidência de mais de 1.200 casos da doença por 100 mil habitantes 

Por João Lima Neto - Repórter 

Os casos de chikungunya seguem preocupando a saúde pública de Fortaleza. O 30º boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) registra que 63 bairros apresentam mais de 1.200 casos da doença por 100 mil habitantes. O número representa 52,9% dos 119 bairros da Capital. A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina estado epidêmico quando a incidência da doença for superior a 300 para cada grupo de 100 mil habitantes 

Os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) apontam ainda um crescimento de 6% nas notificações de suspeita em comparação ao boletim da semana epidemiológica 29, divulgado na semana passada. No penúltimo estudo do Município haviam 53.386 mil, já no novo estudo o número passou para 56.635 mil. 

Os bairros Jardim das Oliveiras (664), Vila Velha (793), São João do Tauape (789), Bonsucesso (986), Montese (1.504) e Mondubim (1.209) apresentam, por regional, os maiores números de confirmações da doença. Dos 119 bairros de Fortaleza apenas as regiões da Praia do Futuro, Guararapes, Cocó, De Lourdes e Jardim Iracema apresentam incidência de 0 a 300 casos, atingindo os menores índices e não entrando na categoria de situação de epidemia. 

Conforme o levantamento da SMS de janeiro a julho, dos residentes da Capital, 41.646 pacientes (80,5%) tiveram a resultado positivo da doença, 3.104 (6%) tiveram o diagnóstico descartado e 6.975 (13,5%) ainda estão sendo investigados. O estudo ainda aponta que 67,5% dos casos foram registrados na população adulta entre pessoas com idade de 20 a 59 anos. As crianças de 0 a 9 anos foram responsáveis por 5,1% dos casos e os adolescentes de 10 a 19 anos chegam a 11,9%. Os casos em idosos de 60 anos representam 15,3% do total. 

Gravidade 

O número de óbitos permanece o mesmo em comparação com o boletim anterior. Em 2017, já foram notificados no Sinan 109 mortes suspeitas de chikungunya, sendo 40 já confirmadas e 69 sendo investigadas. O levantamento aponta que 68,8% dos registros (75) ocorreram nos meses de abril e maio. No tocante a idade, 85,3% dos óbitos suspeitos da doença (93) foram registrados na população maior de 60 anos, com destaque para o grupo maior de 70 anos, com 82 mortes. Dos 40 óbitos já confirmados, em 31 deles, os pacientes tinham mais de 70 anos. 

Na avaliação de Nélio Morais, coordenador da Célula de Vigilância Ambiental e Risco Biológico de Fortaleza, a Capital ainda enfrenta uma onda de transmissibilidade da chikungunya. "Isso teve iniciou em 2016 e vem se mantendo até hoje. Ano passado foram 17 mil casos. Neste ano, a transmissão tomou uma forma muita maior pelas ocorrências de casos já registrados. Tivemos uma onda em 2016 e agora novamente. Esse comportamento ainda é prematuro para os especialistas, pois não há uma série histórica da doença. É tudo novo", explica Nélio. 

Ondas 

Segundo o gestor, baseado em estudos de outros Estados, foi observado em Fortaleza duas ondas da doença, como na Bahia e em Pernambuco. "O problema é grave e ninguém pode baixar a guarda. Precisamos nos preparar para 2018. O desafio da chikungunya é maior em três etapas: a taxa de ataque do vetor, o número de óbitos e a cronicidade da doença", explica Morais. 

Sobre os bairros com baixa incidência, o coordenador da Célula destaca que cada região tem características e formas de reagir diferentes. "A doença começou na região Oeste da cidade nas regionais I, III e IV", aprofunda Nélio Morais.

Fonte: Diário do Nordeste.
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